Vai começar a investir? Veja os melhores ativos para iniciantes

Confira o que dizem os especialistas para quem não sabe o que fazer na hora de dar os primeiros passos como investidor

Vai começar a investir? Veja os melhores ativos para iniciantes
AlbertoChagas via Getty Images, Steve Johnson via Unsplash

Márcia Rodrigues 3 minutos de leitura

Mais de 18 milhões de brasileiros devem entrar para o mundo dos investimentos em 2025, segundo estimativa da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Com esse movimento de popularização, cresce também a importância de dar os primeiros passos de forma segura, evitando armadilhas comuns e construindo uma carteira alinhada ao perfil e aos objetivos do investidor.

A Fast Company Brasil com especialistas para entender quais são os erros mais comuns entre iniciantes e quais ativos fazem mais sentido para quem está começando a investir.

ANTES DE INVESTIR, ENTENDA O MERCADO

O primeiro passo para quem deseja investir não deve ser a busca pelo ativo mais rentável, mas sim o conhecimento sobre o funcionamento do mercado, orienta Marcos Saravalle, diretor de certificação e educação da Apimec Brasil e CIO da MSX Investiment.

“Mais do que saber sobre produtos, é importante entender quem são os agentes de mercado — gerente, assessor, consultor —, como eles se remuneram e quais conflitos de interesse podem existir”, explica.

Muitos investidores iniciantes se prendem apenas ao retorno de um investimento, diz Saravalle. “O ativo subiu 200% no ano passado? Ótimo, mas qual é o risco envolvido? Se cair, até onde pode ir? Você está disposto a aceitar esse risco?” questiona. Nesse contexto, é fundamental a educação financeira como base para qualquer estratégia de investimento.

RESERVA DE EMERGÊNCIA: O PRIMEIRO PASSO

A recomendação inicial para quem está começando, segundo Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting, é montar uma reserva de segurança (ou de emergência(. “Esse capital serve para ser usado em momentos de emergência, como desemprego, doença ou qualquer imprevisto que exija um desembolso imediato”, afirma.

Para calcular o valor ideal dessa reserva, Marinello sugere multiplicar as despesas fixas mensais — como habitação, alimentação, saúde, transporte — por um período de seis a nove meses. “Se o gasto mensal for de R$ 5 mil, o ideal é ter entre R$ 30 mil e R$ 45 mil guardados”, exemplifica Marinello.

MELHORES INVESTIMENTOS PARA INICIANTES

Tanto Saravalle quanto Marinello apontam ativos de renda fixa como as melhores alternativas para quem está começando. Confira as recomendações dos especialistas:

1. Tesouro Direto

Produto indicado por ambos os especialistas, o Tesouro Direto é ideal para iniciantes por sua simplicidade, segurança e acessibilidade. “O Tesouro Selic, por exemplo, é uma excelente opção para quem quer liquidez e risco bem controlado”, afirma Saravalle.

Marinello complementa: “Além da segurança, é possível receber juros semestrais em alguns títulos, o que pode gerar renda passiva”.

Outra opção é o Tesouro IPCA, considerado um papel híbrido por ter uma parte prefixada, e outra que entrega a inflação acumulada no período.

2. CDBs (Certificados de Depósito Bancário)

Os CDBs são uma forma de aplicar com proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), desde que respeitado o limite de cobertura, frisa Saravalle.

Já Marinello destaca a importância de escolher CDBs com liquidez diária e rendimento de, no mínimo, 100% do CDI, emitidos preferencialmente por um banco mais tradicional e que tenha boa reputação e confiabilidade. “Evite promessas de rentabilidade muito altas, como 230% do CDI, pois podem esconder riscos maiores”, alerta.

3. Fundos de investimento

Para quem ainda não se sente à vontade para montar a própria carteira, os fundos são uma boa porta de entrada. “Você delega a gestão para um profissional que seleciona os melhores ativos de acordo com o mandato do fundo”, explica Saravalle. Ele recomenda começar com fundos conservadores e de alta liquidez.

4. Poupança (com ressalvas)

Marinello reconhece que a poupança ainda pode ser uma alternativa de curtíssimo prazo pela simplicidade, mas destaca que ela deve ser vista como uma etapa inicial, já que há produtos igualmente seguros e mais rentáveis.

5. Fundos de Investimento imobiliário (FIIs)

Para investidores dispostos a entender um pouco mais, Marinello sugere também os FIIs, que podem gerar renda passiva mensal. “Apesar de os preços oscilarem, muitos fundos distribuem lucros regularmente, o que pode ser atrativo”, diz.

EDUCAÇÃO FINANCEIRA É A CHAVE

O consenso entre os especialistas é claro: o primeiro investimento não é em um produto financeiro, mas em conhecimento. “Entenda seu perfil, saiba o que você está comprando e, principalmente, quais riscos está correndo”, conclui Saravalle.

Para Marinello, o foco deve estar em construir uma base sólida, começando pela reserva de emergência e escolhendo produtos simples, seguros e líquidos. “Esse é o caminho mais eficiente para quem quer começar a investir com consciência, segurança e consistência”, afirma.


SOBRE A AUTORA

Márcia Rodrigues é jornalista especializada em economia e empreendedorismo. Vegetariana e apaixonada pela defesa de causas sociais, am... saiba mais