A “geração Beta” mal acaba de nascer e já estão querendo trocar seu nome

Criar nomes para as diferentes gerações é fácil, o difícil é fazer esses nomes se popularizarem

Crédito: Justin Case/ Getty Images

Hunter Schwarz 2 minutos de leitura

Bem-vinda ao mundo, “geração Beta”! Os bebês nascidos em 2025 pertencem a uma geração completamente nova, mas há quem já esteja reivindicando um novo nome para ela.

“Humm, podemos pensar juntos num novo nome, por favor?”, pergunta a congressista americana Alexandria Ocasio-Cortez em um post no Bluesky. “Eles vão sofrer nas mãos dos jovens que curtem Skibidi [série de animação do YouTube].”

Nomear as diferentes gerações é um dos maiores trabalhos de branding que existe. Cientistas sociais, escritores e intelectuais sugerem nomes que nem sempre duram. É preciso alcançar um amplo consenso cultural para que esses termos caiam no gosto popular.

Para pessoas como Ocasio-Cortez, que nasceu em 1989, não há nada de mais em mudar o nome de uma geração. A democrata nova-iorquina de 35 anos e seus contemporâneos já foram chamados, em diferentes momentos, de “geração Y”, “echo boomers” e “geração 9/11”.

Isso antes de o termo “millennial” – cunhado pelos escritores William Strauss e Neil Howe no livro "Generations" (Gerações), de 1991 – ganhar popularidade em 2013 e se consolidar. Outras gerações também ganharam nomes alternativos, como a geração X, chamada de “geração MTV”, e a geração Z, chamada de “iGeneration”.

POR QUE GERAÇÃO BETA?

Fazendo referência à segunda letra do alfabeto grego, o termo geração Beta foi cunhado pela McCrindle, agência australiana de pesquisa social, demografia e análise de dados, cujo fundador, Mark McCrindle, também criou o nome geração Alfa, que abrange as pessoas nascidas entre 2010 e 2024.

A agência propõe uma padronização dos nomes das futuras gerações a partir do alfabeto grego, que seguiria com a geração Gama, começando em 2040, e Delta, em 2055.

“Outros métodos de classificação das gerações, ao usar termos como ‘millennials’, geralmente definem cada geração com base em um único evento histórico e em intervalos de nascimento vagos, o que leva a análises subjetivas”, diz McCrindle em um post no blog da agência.

É preciso alcançar um amplo consenso cultural para que esses termos caiam no gosto popular.

“A análise geracional baseada em uma abordagem sociológica, que utiliza anos de nascimento fixos e categorias não descritivas, leva a uma análise mais objetiva e à formação de uma identidade individual”, argumenta.

Por outro lado, abordagens mais técnicas como essa não levam em consideração a possibilidade de as letras gregas adquirirem outros significados – “beta”, por exemplo, é um termo pejorativo para os jovens norte-americanos de hoje – ou de um evento futuro passar a definir toda uma geração e ser adotado por publicitários, acadêmicos, jornalistas, entre outros, para especificar um grupo de determinada faixa etária.

Os recém-nascidos de hoje podem, sim, ficar conhecidos como geração Beta para o resto da vida, mas outros nomes certamente surgirão nos próximos 20 anos. E nada impede que um deles venha para ficar.


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