A importância de dominar a arte de parecer ocupado no trabalho

Reuniões desnecessárias. Computadores ligados. Pesquisa mostra que quem cumpre horário integral tenta aparentar que está trabalhando o tempo todo

Créditos: Canva Studio/ Pexels

Shalene Gupta 1 minutos de leitura

Há o trabalho e há o fingir que está trabalhando (quem nunca?). Mas quanto tempo um funcionário gasta nessa segunda “atividade”?

A empresa de análise de pessoal Visier fez uma pesquisa com mil trabalhadores em regime integral para entender quanto tempo as pessoas gastam em tarefas dispensáveis – coisas que não são necessárias, mas que se faz mesmo assim para parecer que está ocupado.

O que eles concluíram:

A maioria acredita que esse tipo de “trabalho” é importante

Três em cada quatro entrevistados disseram que tarefas dispensáveis – como participar de reuniões em que não precisariam estar e passar horas conversando em aplicativos de mensagens ou olhando e-mails – são, de alguma forma, importantes para seu sucesso profissional.

Mais de um terço dos pesquisados admitiram que participam de reuniões desnecessárias e um quarto deles, que deixam a tela do computador aberta mesmo quando não estão trabalhando.

A maioria, em algum momento, finge que está trabalhando

Seis em cada 10 entrevistados disseram que passam mais de seis horas por semana ocupados com tarefas dispensáveis e quatro em cada 10, que passam mais de 10 horas por semana nesse tipo de atividade.

As pessoas se preocupam com a imagem que passam

Nada menos que 70% disseram que fingem que estão trabalhando porque esperam que o chefe note que estão ocupados. Um pouco menos (59%) admitiram que se preocupam – em maior ou menor grau – em ter seu desempenho comparado com o dos colegas.

Ao mesmo tempo, 44% disseram que as empresas para as quais trabalham usam softwares de monitoramento para fiscalizar sua produtividade. Deste grupo, 61% disseram ser mais propensos a priorizar tarefas que gerem mais visibilidade.

“Funcionários de organizações que usam ferramentas de monitoramento são duas vezes mais propensos (ou até três vezes) a adotar comportamentos de quem está muito ocupado – coisas como manter a tela do computador aberta mesmo quando não está trabalhando, pedir a alguém que realize determinada tarefa em seu lugar ou exagerar na hora de reportar como vai indo o trabalho”, revela a pesquisa.


SOBRE A AUTORA

Shalene Gupta é jornalista e escritora, co-autora do livro "The Power of Trust: How Companies Build It, Lose It, Regain It". saiba mais