A lista de empreendedores de criptomoedas na prisão está cada vez maior

Assistir os heróis se transformarem em vilões é o novo esporte sangrento do setor

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Connie Lin 2 minutos de leitura

Na sequência das séries espetaculares de quedas nas criptomoedas, 2023 parece ser o ano da retaliação. Ver os heróis do setor se tornarem vilões é o novo esporte sangrento da indústria. O número de líderes de empresas de criptomoedas que agora enfrentam prisão — e que antes tinham uma presença quase messiânica no Twitter e no Discord — está aumentando mês a mês.

Na quinta-feira (dia 12/07), Alex Mashinsky, fundador da empresa de empréstimos de criptomoedas Celsius (agora falida), foi preso e acusado de fraude pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC). A Celsius foi a principal responsável pelo segundo grande baque do mercado de criptomoedas no ano passado – se alguém estiver contando –, em junho.

A caçada ao fundador do Terra-Luna, Do Kwon, durou quase um ano e envolveu a Interpol.

Antes de sua queda, a Celsius havia prometido aos investidores retornos de dois dígitos e coletado dezenas de bilhões de dólares em depósitos. Mashinsky, um vendedor carismático, estrelava vídeos no YouTube exaltando o discurso revolucionário da Celsius para o resto do universo das criptomoedas.

Sua queda segue à do sul-coreano Do Kwon, fundador do ecossistema de criptomoedas Terra-Luna, responsável pela primeira grande queda das criptomoedas no ano passado (em maio). A caçada a Do Kwon durou quase um ano. Nesse período, a Coreia do Sul acionou o alerta vermelho da Interpol.

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Kwon foi preso em Montenegro e acusado de várias conspirações e fraude eletrônica. Antes disso, ele era conhecido por instigar brigas no Twitter e provocar críticos com ataques pessoais.

Mas certamente o mais infame é Sam Bankman-Fried, fundador da FTX e defensor do altruísmo efetivo, que um dia foi considerado a figura mais salvadora das criptomoedas.

As acusações ao fundador da FTX, Sam Bankman- Fried, podem lhe render até 115 anos de prisão.

Após sua prisão nas Bahamas, ele foi solto mediante fiança de US$ 250 milhões e está vivendo na casa dos pais, na Califórnia, enquanto aguarda o julgamento dos crimes pelos quais é acusado – que podem lhe render até 115 anos de prisão.

E temos ainda Anatoly Legkodymov, o chefe da exchange de criptomoedas Bitzlato registrada em Hong Kong, que foi preso em janeiro por supostamente lavar US$ 700 milhões para o mercado negro da dark web Hydra.

Quem também se destacou recentemente foi Jesse Powell, que teve a casa revistada pelo FBI. Fundador da exchange de criptomoedas Kraken, suas postagens no Twitter refletiam a cultura turbulenta e tóxica que ele era acusado de criar em sua própria empresa.

Nesse caso, a busca do FBI não tinha nada a ver com criptomoedas. As autoridades estavam, supostamente, investigando alegações de que Powell havia hackeado e perseguido (digitalmente) um grupo de artes sem fins lucrativos que ele mesmo fundou. Até o momento, ele não foi acusado de nenhum crime.


SOBRE A AUTORA

Connie Lin é jornalista e colaboradora da Fast Company. saiba mais