Agência dá ênfase aos profissionais 50+ em conexão com o mercado de comunicação
Portland espera valorizar a diversidade etária nesta temporada de seu programa para destacar talentos criativos
Em 10 anos, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população, segundo dados divulgados em julho pelo IBGE. Já o número de brasileiros com menos de anos 30 caiu 5,4%, entre 2012 e 2021. O grupo etário com 30 anos ou mais representava 56,1% (seis pontos percentuais a mais que em 2012). Isso significa que estamos nos tornando um país idoso, algo que atinge diversas esferas, incluindo o mercado de trabalho.
Apesar das mudanças, muita gente ainda está atrelada a uma forma ultrapassada de pensar sobre os trabalhadores mais velhos, aponta a mestre em análise do comportamento humano Tati Gracia. “O etarismo – ‘você não tem mais idade para isso!’ – ainda é visto como uma forma cruel de discriminação, na qual pessoas mais velhas são consideradas incapazes e dependentes dos mais jovens”, afirma.
A diferença geracional é o desafio enfrentado pela Portland, agência de projetos criativos que promove um programa para destacar talentos. Em sua sexta temporada, a iniciativa tem como título "Porque o Sol é para todo mundo!”.
A iniciativa é um pool de talentos para o mercado da comunicação, focada em impacto social. Utilizando metodologias inéditas de capacitação e conexão às vagas do mercado, a Portland já encaminhou pessoas para mais de 200 vagas de estágio nas áreas de marketing e comunicação.
“Diversidade é uma ferramenta de inovação e esse é um dos fatores que fazem do Brasil um país tão criativo. A pluralidade de pessoas em uma empresa cria um melhor ambiente de trabalho – virtual, presencial ou híbrido – aumentando a produtividade e a rentabilidade das corporações”, afirma Bruno Höera, fundador e diretor da Portland.
As cinco temporadas anteriores contabilizaram um total de 4,5 mil inscritos, 250 finalistas e 125 profissionais conectados ao mercado de trabalho por meio da agência. Na de 2022, que acontece nesta quarta e quinta-feira (dia 14 e 15), com transmissão pelo YouTube, foram mil inscritos que originaram 25 finalistas, que concorrem a bolsas de estudo na Miami Ad School.
“Um dos principais questionamentos desta edição foi ‘cadê os 50+ no mercado de comunicação?’”, afirma Höera. “A cada temporada ampliamos o viés da diversidade. Começamos com os jovens, depois convidamos as pessoas fora do eixo Rio-São Paulo e agora focamos no futuro trazendo as pessoas 50+ para iluminar nossos caminhos.”
AVALIAÇÃO FEITA POR GRANDES NOMES
Os finalistas apresentam seus projetos criativos para uma banca avaliadora de 200 profissionais. Entre as apresentações, o painel Praia Portland reúne CEOs de agências para desdobrar conteúdos que questionam as práticas convencionais de mercado, mostrando alternativas aos problemas identificados.
“Diversidade é uma ferramenta de inovação e esse é um dos fatores que fazem do Brasil um país tão criativo."
Alguns dos temas que serão abordados incluem as iniciativas das agências em relação à diversidade e inclusão; concorrência na época da colaboração; agências independentes com propósitos, além da inserção dos profissionais 50+ no mercado.
“Se a diversidade é uma ferramenta de inovação, a maturidade tem como principal papel nos dar segurança e sabedoria de quem tem muitos anos de praia”, diz Hoëra.
Cada candidato apresenta uma ideia com propósito. A partir disso a banca deve considerar e avaliar as seguintes habilidades: criatividade, autenticidade, diversidade e inteligência cultural, visão futurista, senso crítico, capacidade de improviso, comunicação assertiva, liderança e pensamento analítico.
Desta vez, a Portland reuniu um pool de agências patrocinadoras com o mesmo propósito de acelerar e defender a pluralidade como ferramenta de inovação, entre elas: Hype, Mutato, CPB, Bullet, Holding Clube, Weber Shandwick, GPJ, Live Team Brasil e Integer Out Promo.
"Fazer parte dessa temporada é uma oportunidade de estarmos ainda mais próximos da inovação que a diversidade de pessoas traz para o mercado. Já tivemos participantes atuando na Mutato desde as primeiras edições e valorizamos o potencial dessa parceria", afirma Andre Passamani, fundador e co-CEO da Mutato.