Apesar dos layoffs, milhões continuam a pedir demissão nos EUA

Segundo relatório divulgado em maio, 3,8 milhões de trabalhadores pediram para sair só no mês de abril

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Michael Grothaus 2 minutos de leitura

Seguindo a tendência do segundo semestre do ano passado, a onda de demissões no mercado norte-americano continua em 2023. As dispensas no setor de tecnologia foram as que chamaram mais atenção, com o corte de mais de 200 mil empregos desde o início do ano (de acordo com dados levantados pelo site Layoffs.fyi).

As demissões no setor de mídia foram outras que ganharam destaque. Mas um terceiro setor também tem feito cortes profundos na força de trabalho: o mercado financeiro.

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Desde 2022, praticamente todos os grandes bancos de Wall Street reduziram o número de funcionários. O Goldman Sachs demitiu centenas de pessoas em setembro e mais um bom tanto – foram 3,2 mil dispensas – em janeiro.

Agora, as notícias são de que o banco deve promover uma terceira rodada nas próximas semanas, segundo informações da Reuters e do Wall Street Journal.

O número seria muito menor – fala-se em cerca de 250 postos de trabalho, mais ou menos a mesma quantidade de dispensados na primeira leva, em setembro. Mas, desta vez, podem entrar no pacote executivos sêniores, diretores e associados. O banco preferiu não se pronunciar sobre o caso.

A notícia da nova leva de cortes no Goldman Sachs vem logo após o JP Morgan Chase ter cortado quase 500 trabalhadores no final de maio. De acordo com a CNN, as demissões atingiram postos nos setores de tecnologia e operações. Entraram na onda de cortes outras grandes empresas de Wall Street, como BlackRock, Morgan Stanely e HSBC.

Nada menos que 3,8 milhões de pessoas pediram demissão no mês de abril, segundo levantamento feito pelo Birô de Estatísticas do Trabalho.

Mas, apesar das demissões em massa, muita gente parece continuar insatisfeita com as condições do mercado de trabalho. Nada menos que 3,8 milhões de pessoas pediram demissão no mês de abril, segundo levantamento feito pelo Job Openings and Labor Turnover Survey (JOLTS).

Divulgada em maio pelo Birô de Estatísticas do Trabalho, a mais recente Pesquisa de Abertura de Vagas e Rotatividade apontou que havia 10,1 milhões de vagas abertas em abril nos EUA – mais do que as 9,7 milhões de março.

O aumento dos postos de trabalho em aberto pegou de surpresa os analistas, que, em sua maioria, esperavam que esse número caísse por conta de um maior aperto na economia – causado, em grande parte, pelo aumento da taxa de juros promovido pelo Banco Central norte-americano (o Federal Reserve).

Existia o temor de que o aperto na política monetária pudesse levar o país à recessão. Mas, com o relatório do JOLTS apontando uma taxa de desemprego de 3,4% (das mais baixas nos últimos 50 anos), começa a ganhar força a visão de que talvez o Federal Reserve consiga controlar a inflação sem fazer a economia desandar.

Com informações de Sam Becker


SOBRE O AUTOR

Michael Grothaus é escritor, jornalista, ex-roteirista e autor do romance "Epiphany Jones". saiba mais