Após 8 dias, site da Fast Company volta ao ar

Editores agradecem a paciência e o apoio do público no momento mais sombrio da história da publicação

Crédito: Fast Company

Brendan Vaughan 2 minutos de leitura

Oito dias. Foi o tempo que o site FastCompany.com ficou fora do ar, após ser alvo de dois ciberataques: o primeiro, na tarde de 25 de setembro (um domingo); o segundo, dois dias depois.

No domingo, a ação atingiu o sistema de gerenciamento de conteúdo – ou seja, o programa usado para publicar as matérias no site (CMS, na sigla em inglês). Os invasores sequestraram a home page, trocando as manchetes por mensagens obscenas e racistas e se gabando pelo feito. Na terça-feira (dia 27), mensagens parecidas foram enviadas aos leitores pela Apple News.

Logo depois, a equipe tomou a difícil decisão de tirar do ar não só o site da Fast Company, mas também o de outra publicação do grupo, Inc.com, assim como o Mansueto.com, site corporativo da empresa controladora dos dois títulos.

Ao longo da semana, foi conduzida uma investigação sobre o caso – que não vamos detalhar aqui, por uma série de razões. O que podemos dizer é que foi extensa, completa, que nenhum dado de assinantes ou anunciantes foi vazado e que a companhia tomou providências para evitar novos ataques.

Ficar fora do ar por mais de uma semana foi uma experiência difícil para a equipe. O que não a impediu de continuar fazendo o seu trabalho. Passado o choque inicial, partimos para a ação. Quando ficou claro que o CMS ficaria inoperante por algum tempo, a questão passou a ser como continuar publicando o material produzido.

Ficar fora do ar por mais de uma semana foi uma experiência difícil para a equipe. O que não a impediu de continuar fazendo o seu trabalho

Como muitos colegas do setor de mídia, a Fast Company tem ampliado o foco no chamado “conteúdo zero clique” – artigos e vídeos publicados apenas em redes sociais, sem a expectativa de que o usuário vá clicar neles para ir para o website, mas com a esperança de que ele assine uma newsletter ou um podcast da marca e que se torne um seguidor.

Assim, na quarta-feira (dia 28) as matérias começaram a ser publicadas em várias plataformas, como LinkedIn, Instagram, Facebook, Twitter, TikTok e Medium. No dia seguinte, foi lançada a Fast Company Daily, newsletter no Linkedìn que rapidamente atraiu 103 mil assinantes.

Quando estourou a notícia que Elon Musk, no final das contas, vai mesmo comprar o Twitter, a cobertura foi feita em tempo real, no perfil da FC no próprio Twitter. Era a Fast Company de sempre, só que não no seu website próprio.

Somando tudo, foram publicados 80 conteúdos ao longo da semana em que o site esteve fora do ar. É bem menos do que o volume normal, mas uma quantidade respeitável, levando-se em conta as circunstâncias.

Tenho muito orgulho do modo como a equipe respondeu a esse desafio sem precedentes. Se há algo de bom a ser tirado desse episódio é que as lições aprendidas vão nos permitir fazer uma Fast Company melhor, mais inteligente, mais segura e mais ágil.


SOBRE O AUTOR

Brendan Vaughan é editor-chefe da Fast Company. saiba mais