Argentina tricampeã e os números da Copa do Qatar

Manchada pela sombra da corrupção, mas palco da maior final da história, Copa de 2022 bateu recordes de renda e público

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Redação Fast Company Brasil 3 minutos de leitura

Com a Argentina sagrando-se tricampeã no domingo (dia 18/12), chegou ao fim aquela que foi possivelmente a mais emocionante (vide a quantidade de zebras) e controversa Copa do Mundo da FIFA até hoje disputada. Ou, pelo menos, desde 2010, quando o Qatar foi escolhido como país sede.

Mas, primeiro, vamos aos números. O torneio distribuiu um total de US$ 440 milhões em prêmios (US$ 40 milhões a mais do que em 2018, na Rússia), divididos entre as 32 equipes participantes.

A vencedora Argentina leva um cheque de US$ 42 milhões; pelo segundo lugar, a França fica com US$ 30 milhões; a Croácia, pela terceira colocação, sai com nada desprezíveis US$ 27 milhões; e o Marrocos, quarto colocado, com US$ 25 milhões.

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O Brasil, bem como as demais equipes eliminadas nas quartas-de-final, recebem US$ 17 milhões. As que passaram da primeira fase ganham US$ 13 milhões cada e as que caíram fora logo de cara voltaram para casa com um “prêmio de consolação” de US$ 9 milhões.

Até o fechamento desta matéria ainda não havia sido divulgado o número consolidado de audiência da grande final, mas a expectativa é de que tenha batido 1,5 bilhão de espectadores – foram 1,12 bilhão na decisão entre França e Croácia, em 2018.

No Brasil, o índice do Painel Nacional de Televisão (PNT) do Ibope – que mede a audiência da TV nas 15 principais cidades do país – bateu os 36 pontos de média para a Globo (cada ponto de audiência corresponde a 74.666 domicílios).

CRAQUE INCONTESTÁVEL

Além de ter conquistado sua terceira Copa do Mundo, a Argentina, com essa vitória, proporcionou ao astro Lionel Messi o título que faltava em sua coleção, o de campeão mundial do torneio da FIFA.

Considerado um dos maiores jogadores da história do futebol, Messi ganhou quatro vezes a Champions League, sete vezes a Bola de Ouro (prêmio criado pela revista “France Football”), 10 campeonatos espanhóis (jogando pelo Barcelona) e um francês (pelo Paris Saint-Germain).

Com a seleção argentina, foi campeão da Copa América de2021 e medalha de ouro da Olimpíada de Pequim (2008). Ou seja, basicamente, ganhou todos os prêmios mais importantes do futebol mundial. Faltava na sua coleção apenas a Copa do Mundo.

Para coroar a conquista, o craque foi eleito ainda o melhor jogador do torneio. A seleção argentina emplacou ainda o melhor goleiro (Dibu Martinez) e o melhor jogador jovem (Enzo Fernandez). Com oito gols marcados, Kylian Mbappé, companheiro de Messi no PSG, ganhou a Chuteira de Ouro como maior artilheiro desse mundial.

ESCOLHA EQUIVOCADA

Comemorações à parte, a Copa do Mundo colocou sob os holofotes o Qatar, país escolhido 12 anos atrás pela FIFA para sediar o torneio. Há quem considere que a operação de sport washing (melhorar a imagem de uma empresa ou país por meio do esporte) foi bem-sucedida.

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Mas o fato é que não faltaram notícias negativas sobre o país nesse último mês, principalmente com relação às mortes de trabalhadores durante as obras (estimadas em mais de seis mil), a proibição da venda de cerveja às vésperas da abertura (sendo que a Budweiser era uma das principais patrocinadoras), os episódios de assédio sexual e a homofobia explícita. Sem contar as acusações de corrupção no processo de escolha do país.

Seja como for, desde que foi anunciado como sede do torneio, o Qatar gastou estimados US$ 300 bilhões em preparativos, fazendo desta, de longe, a Copa mais cara da história. O valor inclui a construção de sete estádios, um novo sistema de transporte e vários hotéis, além de uma cidade inteira – Lusail, cerca de 35 quilômetros distante da capital, Doha.

Resta saber qual o legado que esse investimento gigantesco deixará para o país no longo prazo. Para a FIFA, entretanto, o negócio já rendeu os frutos prometidos, na forma de uma receita recorde de US$ 7,5 bilhões (US$ 1 bilhão a mais do que a Copa anterior).


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