ArtRio volta com programa dedicado à arte como inclusão social
Em sua 12ª edição, feira internacional de arte espera reunir mais de 50 mil pessoas ao longo de quatro dias
Mesmo seguindo todos os protocolos de segurança nos últimos dois anos e com muito reconhecimento, as últimas edições do ArtRio foram de apreensão. Foi preciso seguir regras de restrição de público e de ocupação de espaço, entre outras.
“Este ano estamos voltando ao modelo mais leve que sempre gostamos, com espaço para trazer novidades e novos programas”, afirma Brenda Valansi, presidente da feira.
A 12ª edição do evento é de celebração, reunindo mais de 60 galerias e 15 instituições ligadas à arte – incluindo visitantes vindos dos Estados Unidos, Dinamarca, Portugal, México e Colômbia – na Marina da Glória, no Rio de Janeiro.
As galerias foram selecionadas pelo Comitê Curatorial a partir de critérios como participação em outras feiras, quantas exposições realizam por ano, se têm artistas exclusivos e se iriam apresentar projeto inédito, entre outros.
“Nosso foco é em manter altíssima qualidade na seleção das galerias. Cada ano fica mais difícil”, afirma Brenda.
Nesta quarta-feira (dia 14) acontece um preview de tudo que será exposto, mas com ingressos já esgotados. Entre quinta-feira e domingo (dias 15 a 18), a visita é aberta ao público e ainda conta com diversos painéis de debates.
Um dos grandes diferenciais desta edição é o pavilhão Mar, com cerca de três mil metros quadrados, que ocupa a área da Esplanada da Marina da Glória. Lá estão os programas Vista, Solo, Expansão, Mira e o auditório do Conversas ArtRio.
Já o pavilhão Terra abriga o programa Panorama, com galerias bem estabelecidas no mercado de arte moderna e contemporânea. A expectativa da organização é de receber 50 mil visitantes ao longo dos quatro dias.
INCLUSÃO SOCIAL E NOVAS GALERIAS
Dois programas chamam atenção na programação. O primeiro é o Expansão, dedicado a instituições e espaços que utilizam a arte como inclusão social e que atuam na valorização e na divulgação da arte e dos artistas. As instituições selecionadas não pagam pelo espaço que ocupam.
As selecionadas deste ano foram:
- 5 Bocas
- Canal Curta!
- Casa França-Brasil
- Safe Art
- FUNARJ
- EAV Parque Lage
- Instituto Inclusartiz / Tamanduar-te
- Instituto Vida Livre
- Margem + Évora
- MAM Rio
- MAR – Museu de Arte do Rio
- Move Rio
- Potência Ativa
- Solar dos Abacaxis
- Transrevolução / Casa Nem
“Poder participar na feira é incrível. Vai ser um momento muito importante poder estar na ArtRio”, afirma Alan Weber, artista que faz parte da instituição 5bocas e também da galeria Galatea. “Será bom mostrar minha inspiração, que é a realidade da comunidade no meu cotidiano e na minha vida.”
“A ArtRio é uma das feiras mais importantes do Brasil, mas não só isso. Ela se destaca por criar um espaço para essas instituições, que ganham por estar juntas umas das outras e ao lado de galerias, por participar de um evento dessa magnitude e pela presença forte do programa, o que acredito ser positivo para própria feria”, diz Gabriela Davies, uma das curadoras e idealizadoras da instituição Potência Ativa.
O segundo programa é o Vista, dedicado às galerias jovens, com até 10 anos de existência, contando com projetos expositivos desenvolvidos exclusivamente para a feira. Segundo Brenda, um dos compromissos do evento é justamente dar visibilidade para artistas e galeristas e incentivar um trabalho sério e respeitoso com as boas práticas de mercado.
“Nas galerias jovens, é possível encontrar nomes ainda começando, mas com grandes chances de despontar no futuro. Quando falamos em incentivar um novo público admirador e consumidor de arte, temos que mostrar essa arte que começa a ter destaque” afirma.