Baby boomers entram de vez no mundo dos influenciadores digitais

Audiência de 55 a 64 anos impulsiona crescimento de TikTok e YouTube e chama atenção de marcas e serviços de streaming

influenciadores digitais da terceira idade
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Eve Upton-Clark 2 minutos de leitura

Quando o assunto é redes sociais, idade realmente é só um número. Uma nova pesquisa da Ampere Analysis mostra que mais da metade dos usuários norte-americanos entre 55 e 64 anos agora assiste a vídeos de influenciadores todas as semanas.

Isso representa um aumento de 10 pontos percentuais desde 2020. No Reino Unido, esse número também cresceu nos últimos cinco anos, passando de 30% para 38%.

TikTok e YouTube, em especial, puxam esse crescimento – um sinal de que a presença dos baby boomers nas redes sociais não se limita mais ao Facebook.

“A maior surpresa nos nossos dados mais recentes não foi o quanto os vídeos de influenciadores se tornaram populares, mas sim a rapidez com que essa tendência se espalhou entre o público mais velho”, afirmou Annabel Yeomans, gerente sênior de pesquisa da Ampere Analysis, em comunicado divulgado em 1º de dezembro.

Esse grupo foi o que apresentou o maior aumento no tempo mensal de uso do YouTube entre o primeiro trimestre de 2020 e o terceiro de 2025, com alta de 25% nos Estados Unidos e 14% no Reino Unido.

Só no último ano, o número de usuários ativos mensais do TikTok cresceu 6% nos EUA e 16% no Reino Unido entre pessoas de 55 a 64 anos.

O crescente interesse de espectadores mais velhos por vídeos de influenciadores acompanha o movimento do YouTube de se firmar como "uma plataforma cada vez mais presente na sala de estar”.

Crédito: Why Frame Studio/ Freepik

Hoje, mais de um quarto desse público (29%) assiste ao YouTube pela smart TV, impulsionado pelo aumento na adoção desses aparelhos entre pessoas de 55 a 64 anos nos EUA e no Reino Unido – um salto de 59% para 79% desde a pandemia.

“À medida que os hábitos de consumo de vídeo se diversificam e plataformas como YouTube e TikTok passam a fazer parte do entretenimento na sala de casa, os limites entre redes sociais e mídia tradicional começam a desaparecer”, explica Yeomans.

a presença dos baby boomers nas redes sociais não se limita mais ao Facebook.

Mesmo assim, apenas 15% dos consumidores mais velhos dizem se sentir representados na publicidade, segundo a GWI. Entre aqueles que seguem marcas e influenciadores nas redes sociais, esse número sobe para 20%.

Para diminuir essa distância, a quantidade de influenciadores mais velhos também tem crescido rapidamente. Esses criadores já se tornaram um dos grupos que mais crescem nas redes – e estão começando a chamar a atenção dos profissionais de marketing.

“Novas oportunidades de colaboração entre diferentes tipos de plataformas estão surgindo”, aponta Yeomans. “Os serviços de streaming estão se aproximando cada vez mais dos influenciadores, uma estratégia que primeiro conquistou os mais jovens e que agora começa a ganhar força também entre o público mais velho.”


SOBRE A AUTORA

Eve Upton-Clark é jornalista especializada em cultura digital e sociedade. saiba mais