Banda de rock alerta para o risco de afogamento de crianças

Campanha criada em Portugal mostra que esse tipo de acidente ocorre em silêncio e muito rapidamente

Crédito: Havas/ Divulgação

Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

O que seria mais fácil de ouvir, uma banda de rock tocando dentro d'água ou uma criança se afogando? A resposta é: não seria possível ouvir em nenhum dos casos.

Para chamar a atenção sobre o tema da segurança infantil, a Associação Para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) de Portugal lançou uma campanha que mostra uma banda de heavy metal tocando...debaixo d'água, dentro de uma piscina.

Se uma banda de música não consegue se fazer ouvir dentro de uma piscina, como uma criança conseguiria? Assim costuma ser em questões de afogamento: é rápido, silencioso, e pode ocorrer inclusive com pouca água.

Aquela imagem clichê vista nos filmes, de pessoas gritando por socorro, não reflete a realidade. Na vida real, as crianças não fazem barulho enquanto se debatem debaixo d'água. E a cada três dias uma criança morre afogada dentro de casa no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa). O mesmo ocorre em Portugal, onde o afogamento é a segunda maior causa de morte acidental de crianças.

Tanto a Sobrasa quanto a Associação Para a Promoção da Segurança Infantil (APSI, de Portugal), alertam para o fato de que é justamente o ambiente doméstico que apresenta o maior risco para os pequenos. Banheiras, fontes, piscinas e até baldes podem ser locais perigosos para crianças deixadas sem supervisão.

“O silêncio é um tópico importante quando se fala de crianças e do perigo de afogamento. Pode ser muito pouco acenar ou gritar, então decidimos fazer uso de algo muito barulhento: uma banda de heavy metal que ninguém pode ouvir fora da água. Precisávamos chocar para alertar as pessoas sobre algo tão triste”, afirma Paulo Pinto, diretor executivo de criação da Havas Lisboa, agência que criou a campanha.

PRODUÇÃO COMPLICADA 

Para produzir o filme foram necessárias duas piscinas. Uma tinha mais de 4,5 metros de profundidade e 1.500 metros quadrados de área total. A outra piscina era uma daquelas que todo mundo sonha um dia ter, com uma bela paisagem ao fundo.

Crédito: Havas/ Divulgação

O diretor de arte Sávio Hatherly conta que foram realizados mais de 200 mergulhos da câmera para conseguir gravar as imagens necessárias. O elenco também foi peça fundamental: os três homens que aparecem no filme não são músicos de verdade, são amadores - que sim, parecem astros de rock, mas foram escolhidos em função do tempo que conseguiam ficar debaixo d'água.

“A gente precisava de alguém que suportasse prender a respiração por pelo menos dois minutos. Dois deles são mergulhadores e um é surfista de ondas gigantes em Nazaré”, conta Hatherly. Para garantir a segurança, mergulhadores com cilindro de oxigênio ficaram de prontidão durante a gravação.


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