Batalhando o “hype”, NFTs podem prosperar em um mundo cada vez mais virtual

Os ativos digitais que tiveram um boom no fim do ano, prometem crescer, mas batalham a falta de conhecimento sobre suas possibilidades

Crédito: Milad Fakurian/unsplash

Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

Os non fungible tokens (NFTs) ou tokens não fungíveis se tornaram centro das atenções da nossa constante transformação digital. E enquanto muitas pessoas ainda tentam entender para que servem, outra parcela tenta prever qual será o futuro desse mercado. Isso porque diferentes pesquisas tanto projetam a ascensão desses tokens quanto sua inevitável queda. 

Resumidamente, os NFTs são representações digitais únicas, ligadas a um blockchain, e por meio de criptografia garante sua autenticidade e origem. Nesses ativos digitais são contidas informações como o seu nome, do seu dono, valor e data de criação, por exemplo. 

Logo no fim de 2021, diferentes pesquisas e especialistas já taxavam os NFTs como uma “modinha” passageira, prejudicada pela falta de informação e visibilidade sobre seus usos que não fossem apenas venda especulativa de objetos e peças de arte virtuais. 

Do outro lado, empresas e personalidades ligadas à tecnologia e transformação digital já previam diferentes usos para os tokens se aproveitando das suas características, desde de aplicações na moda, interações com consumidores e eventos e até mesmo na saúde

Dois dos maiores desafios dos NFTs continuam sendo a educação da maior parte das pessoas sobre seus usos práticos e o mercado especulativo dos seus valores. Enquanto o buzz sobre os tokens parece ter esfriado um pouco, com muitas das ideias e discussões sendo geradas pelos entusiastas, as perspectivas para o futuro são opostas.

Segundo levantamento do site NunFungible, maio começou com vendas de NFTs abaixo de 19 mil, uma queda de 92% comparada ao auge da comercialização dos tokens em setembro de 2021. E o número de carteiras digitais ativas, que armazenam os NFTs, também despencou 88%.

Especialistas acreditam que pode ser a alta dos juros que desmotivou o investimento em ativos mais arriscados, como NFTs e criptomoedas. E que também isso pode ser apenas temporário. 

Uma outra pesquisa, realizada pela MarketsandMarket, prevê que o mercado NFT crescerá 35% até 2027, chegando ao valor de cerca de US$ 13,6 bilhões. Tudo motivado pelo engajamento dos entusiastas, influenciadores, comunidades e também pelas possibilidades imaginadas para os NFTs como uma das possíveis moedas do metaverso.

Já o Brasil tem se destacado neste cenário pelo lado da demanda e também pelo da oferta. Segundo relatório da Crypto, empresa de gerenciamento de criptomoedas, 74% dos brasileiros têm interesse na nova tecnologia e 25% dos atuais investidores desse mercado pretendem investir em NFTs. 

“Claramente ainda existem muitas oportunidades a serem exploradas, porém os brasileiros já estão se destacando neste novo mercado em ebulição”, afirma Henrique Teixeira  

Conexão, Global Head of Business Development do Grupo Ripio Brasil, empresa de produtos financeiros  baseados na tecnologia Blockchain.

Para Teixeira, o futuro dos NFTs pode ser muito promissor se conseguir ultrapassar o “hype” que muitas vezes soterram novas tecnologias e tendências. “Os NFTs serão uma nova classe de ativos digitais muito importante para as novas gerações que interagem mais no mundo digital do que no mundo físico especificamente. Os casos de uso vão se multiplicar e consequentemente novas oportunidades para negócios vão nascer desta indústria”, afirma. 


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