Cada pergunta à IA consome a mesma energia que 9 segundos de TV, diz Google

O prompt de texto mediano no Gemini usa mais ou menos a mesma energia que assistir TV por nove segundos.

IA gasto de água
Crédito: Fast Company Brasil

Adele Peters 2 minutos de leitura

Já se perguntou quanta energia é gasta quando você pede para uma IA escrever um e-mail, planejar uma viagem ou até simular uma conversa com um amigo? O Google acaba de lançar um estudo que joga luz sobre isso: a empresa calculou o consumo de energia, água e as emissões de carbono associadas aos prompts de texto feitos em seus aplicativos do Gemini.

O uso de energia para um prompt mediano é bem menor do que algumas estimativa anteriores sugeriam. O Google descobriu que cada pergunta enviada para o Gemini usa 0,24 watt-hora, o equivalente a assistir TV por menos de nove segundos. 

Outros modelos podem ser bem diferentes: uma estimativa para o GPT-5, da OpenAI, sugeria que cada prompt poderia consumir até 40 watt-horas. (Essa estimativa, ao contrário dos cálculos do Google, não se baseava em dados internos.)

O Google detalhou a metodologia usada para medir o impacto ambiental de cada interação com sua IA. No cálculo de energia, entram desde a eletricidade gasta para converter seu texto em dados que possam ser processados, até o cálculo de probabilidades de cada palavra e a decodificação da resposta em texto. O estudo também considera a energia usada para refrigeração, manutenção da infraestrutura dos data centers e até o consumo dos servidores que ficam inativos, prontos para lidar com picos de demanda.

GASTO DE ÁGUA PARA CADA PROMPT

A pegada de carbono de um prompt mediano foi calculada em 0,03 gramas de CO₂, levando em conta a matriz energética de cada rede elétrica e os investimentos do próprio Google em energia renovável. Cada interação também consome cerca de 0,26 mililitros de água — aproximadamente cinco gotas.

A eficiência vem melhorando rapidamente. Em um período de 12 meses, o Google relata que o consumo médio de energia por prompt no Gemini caiu 97%, enquanto a pegada de carbono diminuiu 98%. A empresa credita esses avanços à evolução da arquitetura de seus modelos de linguagem, algoritmos mais eficientes, hardware customizado e otimizações em todo o sistema.

Ainda assim, mesmo que a pegada por prompt seja relativamente pequena, o impacto cumulativo pode ser enorme à medida que o uso de IA se expande. O estudo divulgado pelo Google analisa apenas os prompts de texto, deixando de fora tarefas mais intensivas em energia, como a geração de vídeos. Outras empresas também podem apresentar números bastante diferentes. 
E, à medida que companhias correm para construir mais data centers  e que concessionárias de energia respondem construindo novas usinas, muitas ainda movidas a combustíveis fósseis , esse estudo representa pelo menos um primeiro passo para entender quanta energia a IA realmente vai exigir.


SOBRE A AUTORA

Adele Peters é redatora da Fast Company. Ela se concentra em fazer reportagens para solucionar alguns dos maiores problemas do mundo, ... saiba mais