Como os democratas vão escolher o candidato que vai substituir Joe Biden
Prepare-se: as coisas podem se complicar
A retirada da candidatura de Joe Biden da eleição de 2024 para a presidência dos EUA causou um grande impacto no mundo político. Embora Biden tenha apoiado a vice-presidente Kamala Harris, isso não significa que sua nomeação como candidata do partido esteja garantida.
Com Biden fora da corrida, os delegados que estavam comprometidos a apoiá-lo estão livres para votar em quem quiserem. Eles podem, é claro, se inclinar a apoiar Harris, mas não são obrigados a fazê-lo.
O endosso da atual vice-presidente deve evitar tumulto na convenção dos Democratas, mas outros candidatos podem surgir para desafiá-la, especialmente considerando que os números de Harris nas pesquisas têm sido, em grande parte, próximos aos de Biden.
Espera-se que os líderes do partido alcancem os delegados com uma mensagem de unidade. Um partido fragmentado só dará a Trump e aos republicanos mais impulso entre os eleitores.
Os democratas já haviam planejado uma votação virtual, que oficialmente confirmou Biden como o candidato antes da convenção democrata começar em 19 de agosto. Isso foi configurado para garantir que Biden estivesse na cédula no estado de Ohio, que tem um prazo antecipado para a cédula.
Se essa votação virtual entre os delegados não acontecer, a convenção democrata de 2024 será aberta, mesmo que o partido esteja totalmente apoiando Harris. Isso é algo que não acontece desde 1968, uma convenção que foi marcada por uma repressão brutal da polícia contra os manifestantes, a maioria dos quais pedia que os EUA se retirassem da Guerra do Vietnã.
O QUE ACONTECE EM UMA CONVENÇÃO ABERTA
O que pode acontecer se os democratas entrarem na convenção sem a votação virtual?
Qualquer pessoa pode se tornar candidata à indicação pelo partido, desde que consiga as assinaturas de pelo menos 300 delegados antes ou durante a convenção. Na primeira votação, os delegados votam em um candidato. Se houver uma maioria de votos, essa pessoa se torna o indicado.
Se não, há uma segunda votação, com a participação de superdelegados, um grupo composto, em grande parte, pelos líderes do partido, incluindo ex-presidentes e vice-presidentes, membros do Congresso e oficiais do partido. Os superdelegados não são comprometidos com nenhum candidato em particular e não fazem parte da primeira votação).
Novamente, quando um candidato conseguir a maioria dos votos, ele será escolhido. Se não, a votação continuará até que um candidato saia vitorioso.
Enquanto isso, os republicanos terão semanas com um candidato já definido, podendo demonstrar unidade partidária e, potencialmente, conquistar eleitores. Quem quer que se torne o indicado democrata terá muito terreno para recuperar.