Cubo Conecta: para startups, inovação e criatividade nunca foram tão necessárias

Na sexta edição do evento, executivos falam sobre as incertezas do futuro para startups e de inovação como chave para destravar oportunidades

Crédito: divulgação Cubo

Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

Alta de juros ao redor do mundo, menos dinheiro disponível para capital de risco, custos de retenção de consumidores crescentes, incertezas com relação ao futuro do planeta. O cenário para startups é desafiador no mundo todo. E o Brasil não fica de fora.

Mas, se a lista de preocupações aumenta, a de oportunidades também. Esses temas foram o assunto principal da sexta edição do Cubo Conecta, que aconteceu na sede do hub de startups do Itaú nesta quarta-feira (dia 28).

“É como aquele ditado: mar calmo nunca fez bom marinheiro”, disse o CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, na abertura do evento – o primeiro em formato presencial desde 2019.

Maluhy apontou como a inflação em alta no mundo puxa um aperto monetário maior, o que afeta diretamente o volume de recursos disponíveis para startups. Mas o executivo acredita que o cenário não deve ser razão para desânimo por parte dos empreendedores e, sim, como motivação.

Na visão de Maluhy, a cena atual força as companhias, grandes ou iniciantes, a “fazer a lição de casa”. “Enfrentar os desafios e sair fortalecido agora vai exigir mais criatividade, mais inovação e mais pragmatismo. Tenho certeza de que os empreendedores brasileiros, que estão o dia inteiro tentando se reinventar, realmente vão prosperar.”

Os empreendedores concordaram. Durante um dia inteiro, eles lotaram os auditórios e dois andares do Cubo para discutir e apresentar seus negócios. O evento teve pitchs de startups e análises de diversos setores em crescimento para as jovens empresas de tecnologia como varejo, ESG e agro.

Investidores de venture capital pesaram em apresentações, mostrando que, embora o ambiente esteja mais adverso para grandes rodadas de investimento, ainda há apetite pelo aporte em startups. A busca é por modelos de negócio que deem retorno, afirma o head de venture capital da Kinea, Philippe Schlumpf.

Na opinião de Laura Constantini, cofundadora da Astella Investimentos, o modelo de receita será o foco dos investidores na hora de avaliar uma startup. Os fundadores vão ter que observar e colocar o momento do break even nas contas em suas apresentações.

“O momento é de ajuste e é o que mostra quais tecnologias serão parte da nossa sociedade nos próximos 10 a 20 anos”, disse Patrick Arrppol, cofundador e managing partner da Alexia Ventures.

HUMANIZAÇÃO, O NOVO NORMAL

As próximas décadas já tem um lema: humanização. “A próxima era não é da personalização, é da humanização”, afirmou o CCO para a América Latina da Accenture Song, Eco Moliterno.

Durante um bate-papo, Moliterno mostrou que o customer centric – ideal que coloca o cliente no centro – está dando espaço para o lifetime centric, ou seja, a partir da visão completa do ser humano.

Para ele, é preciso humanizar a tecnologia para que ela, de fato, seja um meio de disrupção. “Tecnologia é só ferramenta. Relacionamento é fundamental”, afirmou Geraldo Rufino. Escritor e mentor, Rufino é o fundador da JR Diesel, uma das maiores companhias de reciclagem de peças automotivas da América Latina.

Com uma história de vida marcada pela superação, Rufino inspirou a todos com sua análise do mercado de startups. Ele acredita que os relacionamentos e a conquista do outro devem ser levados em conta por todos que criam negócios. “Você não é um avatar, é um ser humano. O novo normal é a humanização”, finalizou.


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