Declaração final do G20 tem consenso sobre inteligência artificial

Cúpula reconhece desafios do crescimento da tecnologia e concorda em criar uma força-tarefa para estabelecer governança internacional

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Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

A Cúpula do G20 entrou em consenso sobre como enfrentar parte dos desafios do avanço da inteligência artificial. No texto final aprovado durante o encontro no Rio, os líderes concordam que a tecnologia precisará passar por regulamentação e propõem a criação de uma força-tarefa internacional para estabelecer parâmetros para a governança em IA. 

Discutida por meses, a divulgação da declaração final encerrou a presidência rotativa do Brasil no G20. O documento abordou 85 pontos que vão da criação de uma aliança global contra a fome à transparência nas redes sociais.

O compromisso firmado é de criar um mundo justo e um planeta sustentável, priorizando o combate às desigualdades, “sem deixar ninguém para trás”.

GOVERNANÇA INTERNACIONAL PARA IA

A declaração cita a IA apontando as possibilidades de prosperidade e expansão da economia, mas também os desafios na aplicação da tecnologia. O grupo defende regulamentação equilibrada, sem impedir a inovação que a ferramenta promete. A saída que o G20 vê é discutir governança internacional, em cooperação multilateral entre os países.

A ideia é criar uma iniciativa de “alto-nível” ou uma força-tarefa internacional para estabelecer parâmetros para a governança da inteligência artificial. O grupo deverá ser definido até o ano que vem, durante a presidência rotativa da África do Sul. 

“Para garantir o desenvolvimento, a implantação e o uso seguro e confiável da IA é necessário abordar a proteção dos direitos humanos, a transparência e a explicabilidade, a justiça, a responsabilidade, a regulamentação, a segurança, a supervisão humana apropriada, a ética, os preconceitos, a privacidade, a proteção de dados e a governança de dados”, indica o documento. 

Os líderes reconhecem que a evolução da IA não pode servir para aumentar a divisão entre populações. Por isso, citam ações como reduzir pela metade a desigualdade de gênero na tecnologia até 2030 e garantir respeito pela propriedade intelectual, proteção de dados, privacidade e segurança.

Em discurso de encerramento do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez algumas cobranças e um convite.  “Aos membros desenvolvidos do G20, proponho que antecipem suas metas de neutralidade climática de 2050 para 2040 ou até 2045”, sugeriu.

Lula lembrou que o próximo evento internacional a mobilizar as lideranças globais no Brasil será a COP30, que acontecerá em Belém, em 2025. “A COP30 será nossa última chance de evitar uma ruptura irreversível no sistema climático. Conto com todos para fazer de Belém a COP da virada”.


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