Demissões nas big techs continuam. Montadoras entram na onda

Corte na Ericsson está entre os maiores já feitos pelo setor. GM, Ford e Stellantis também anunciam dispensa de funcionários

Crédito: Kiefer Pix/ iStock

Michael Grothaus 3 minutos de leitura

Fevereiro foi mais um mês terrível para trabalhadores das indústrias de mídia e tecnologia. O segundo mês do ano começou com a Disney anunciando o corte de sete mil empregos e a News Corp., de outros 1,25 mil.

A lista de empresas que promoveram cortes na força de trabalho inclui ainda Dell, eBay, Zoom e Yahoo (para citar só as maiores), num total de mais de 10 mil pessoas demitidas.

E a situação não continua nada boa no setor de tecnologia. A gigante sueca das telecomunicações Ericsson anunciou a dispensa de 8,5 mil empregados no mundo todo, o que dá quase 8% da mão-de-obra total da empresa.

Google, Meta, Amazon, Microsoft e, agora, Ericsson, foram as empresas de tecnologia que mais demitiram, segundo o site Layoffs.fyi.

A medida foi comunicada aos trabalhadores por meio de  um memorando interno, mas não foi informado em quais países os cortes serão feitos.

A redução na força de trabalho anunciada pela Ericsson é uma das maiores já registradas na indústria de tecnologia desde o início da onda de demissões, no segundo semestre do ano passado.

De acordo com dados compilados pelo site Layoffs.fyi, a Ericsson agora ocupa a quinta posição na lista de empresas que fizeram as maiores demissões em massa. Fica atrás apenas do Google (12 mil), da Meta (11 mil), da Amazon e da Microsoft ((10 mil cada).

Mais abaixo na lista aparece outra companhia que também andou dispensando funcionários às centenas. Em novembro, o Twitter já tinha demitido 3,7 mil profissionais. O novo CEO, Elon Musk, ordenou o corte – equivalente a cerca de metade da força de trabalho da empresa, à época – em um esforço para reduzir custos, depois de ter desembolsado bilhões de dólares para comprar o Twitter.

Novo corte no Twitter afetou pelo menos 200 profissionais das áreas de machne learning e confiabilidade do site.

O novo corte eliminou pelo menos 200 postos, o que equivale a cerca de 10% da atual força de trabalho da companhia – estimada em 2,1 mil pessoas, após a onda de demissões. As áreas que mais sofreram foram as de machine learning e confiabilidade do site.

Essas demissões podem causar problemas não só para os profissionais dispensados, mas também para os usuários. O setor de confiabilidade é responsável por manter o site funcionando. Vale lembrar que o Twitter tem passado por períodos de instabilidade. A redução do número de funcionários não parece ser a melhor solução para o problema.

A VEZ DAS MONTADORAS

As indústrias de mídia e tecnologia não são as únicas a promover demissões em massa. Fevereiro começou e terminou com montadoras de veículos adotando o mesmo movimento. A General Motors anunciou, internamente, que vai cortar cerca de 500 empregos diretos, segundo a CNBC.

O que causa estranheza é que o corte vem apenas um mês depois de a CEO Mary Barra, e o CFO, Paul Jacobson, garantirem a investidores que a dispensa de pessoal não estava nos planos da empresa.

A GM tem planos de cortar custos em US$ 2 bilhões nos próximos dois anos.

Em um comunicado compartilhado internamente, o chefe da área de recursos humanos, Arden Hoffman, disse que a companhia busca formas de reduzir custos em US$ 2 bilhões nos próximos dois anos.

Procurada pela Fast Company para comentar o assunto, a GM indicou um porta-voz que explicou que o motivo das demissões está relacionado a questões de desempenho. Disse ainda que a medida afetará um grupo pequeno de funcionários e executivos – mas não confirmou o número de dispensas.

De fato, o corte de 500 postos de trabalho representa apenas 1% da força de trabalho global da GM. Um percentual muito menor que o anunciado pela Ford, que vai demitir 3,8 mil funcionários na Europa nos próximos três anos – algo como 11% do total.

Por fim, a Stellantis (novo nome da Fiat Chrysler) fechou uma fábrica da Jeep nos Estados Unidos e colocou mais de 1,2 mil trabalhadores em licença por tempo indefinido. A medida não chega a ser surpresa, uma vez que a montadora já havia anunciado o encerramento das atividades da fábrica em dezembro.


SOBRE O AUTOR

Michael Grothaus é escritor, jornalista, ex-roteirista e autor do romance "Epiphany Jones". saiba mais