Dois milionários se dispõem a comprar o TikTok – se o governo der uma forcinha

Kevin O’Leary e Frank McCourt se unem para salvar o aplicativo, que enfrenta uma possível proibição nos EUA

Créditos: antonbe/ Pixabay/ Wikipedia

Eve Upton-Clark 2 minutos de leitura

O empresário Kevin O’Leary, conhecido por sua participação no programa “Shark Tank” (nos EUS), e o bilionário Frank McCourt, que foi dono do time de beisebol Los Angeles Dodgers, estão se unindo para tentar salvar o TikTok de uma iminente proibição nos Estados Unidos.

O objetivo é adquirir as operações do aplicativo no país e criar uma plataforma que priorize a privacidade dos cerca de 170 milhões de usuários norte-americanos.

“Não se trata apenas de comprar os ativos do TikTok nos EUA”, disse O’Leary em um post no X/ Twitter). “É sobre algo muito maior: proteger a privacidade de milhões de usuários, apoiar criadores e pequenas empresas e construir uma plataforma que coloque as pessoas acima dos algoritmos.”

No entanto, O’Leary reconhece que precisará de apoio político para concretizar o plano. “Trump será fundamental para fecharmos o negócio nos próximos meses”, afirmou em entrevista ao programa “The Story with Martha MacCallum”, da Fox News. “Quero que ele e outros membros de sua equipe saibam que temos esse projeto e que vamos precisar da ajuda deles.”

O futuro do TikTok nos EUA está em jogo, com o prazo final se aproximando: 19 de janeiro. Uma lei bipartidária de 2024 exige que a ByteDance, a empresa chinesa dona do TikTok, venda o aplicativo para uma companhia norte-americana antes dessa data – um dia antes da posse de Trump. Caso contrário, a plataforma será banida no país.

Em dezembro, Frank McCourt, fundador do Project Liberty e presidente da McCourt Global, anunciou planos de reunir um grupo para comprar o TikTok. Batizado de People’s Bid for TikTok, o consórcio liderado pela iniciativa busca dar aos usuários mais controle sobre seus dados pessoais. Segundo o site do Project Liberty, McCourt já teria até US$ 20 bilhões prometidos para financiar a compra.

O’Leary e McCourt, no entanto, não são os únicos interessados. Há especulações de que a Amazon seja uma das potenciais compradoras, especialmente depois da parceria firmada entre as duas empresas no ano passado, que possibilitou que os usuários comprem produtos da Amazon pelo TikTok.

Oracle e Walmart também podem tentar novamente adquirir o aplicativo, após uma tentativa frustrada em 2020, barrada pela administração Biden devido a preocupações de segurança.

O TikTok tem cerca de 170 milhões de usuários nos EUA.

Não se sabe ainda se a Microsoft retomará as negociações, embora o CEO Satya Nadella tenha declarado, na época, ter ficado feliz que as conversas não avançaram.

Desde que o possível banimento do TikTok foi anunciado, diversas propostas surgiram. Em março do ano passado, a plataforma de vídeos Rumble se ofereceu para comprar o aplicativo e se mostrou disposta a se unir a outras empresas interessadas na aquisição.

O ex-secretário do Tesouro Steven Mnuchin também manifestou interesse, afirmando à CNBC que planejava reunir um grupo para apresentar uma proposta. Se o TikTok será salvo ou não, só o tempo poderá dizer.


SOBRE A AUTORA

Eve Upton-Clark é jornalista especializada em cultura digital e sociedade. saiba mais