Droga experimental da Eli Lilly vence Ozempic e Wegovy em estudo clínico

Novo concorrente agita o mercado de medicamentos contra a obesidade

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Sarah Bregel 2 minutos de leitura

Um comprimido experimental da Eli Lilly à base de GLP-1 mostrou resultados superiores ao da semaglutida oral da Novo Nordisk. Em um novo estudo, a pílula orforglipron ajudou pacientes a perder mais peso e a controlar melhor a glicemia do que os medicamentos da concorrente, vendidos sob as marcas Ozempic, Rybelsus e Wegovy.

De acordo com um comunicado divulgado na semana passada, três diferentes doses do novo fármaco (seis miligramas, 12 miligramas e 36 miligramas) apresentaram “melhorias significativas” na redução de peso corporal em comparação com placebo após 72 semanas.

“A obesidade é um desafio global complexo e os pacientes precisam de opções de tratamento que sejam eficazes e fáceis de integrar à rotina”, afirma Sean Wharton, diretor da Wharton Medical Clinic e pesquisador principal do estudo.

Segundo ele, no estudo de fase 3, "o orforglipron mostrou resultados consistentes de eficácia e segurança dentro da classe GLP-1, reforçando seu potencial como tratamento de primeira linha na atenção primária. Além disso, pode ajudar a reduzir marcadores conhecidos de risco cardiovascular ligados à obesidade e promover avanços importantes em saúde pública.”.

O destaque foi para a dose mais alta do medicamento, que reduziu a hemoglobina A1c em 1,9 ponto percentual – acima da queda de 1,5 ponto percentual obtida com a semaglutida da Novo Nordisk. Em relação à perda de peso, o novo comprimido também se saiu melhor: 8,2% de redução contra 5,3% da concorrente.

Em nota, a Novo Nordisk aponta que, nos estudos que fez com o Rybelsus (semaglutida oral) em doses mais altas (de 25mg e 50mg), houve uma redução superior da glicemia e do peso corporal em comparação com a dose de 14mg em pacientes com diabetes tipo 2.

“A Novo Nordisk mantém sua confiança na eficácia e segurança da semaglutida oral tanto para o diabetes quanto para a obesidade”, afirma a empresa no comunicado.

OPÇÃO NO ATENDIMENTO PRIMÁRIO

Segundo a Eli Lilly, o medicamento está sendo preparado para ser submetido às autoridades de saúde para análise. A expectativa é de que o pedido de aprovação para tratamento de diabetes tipo 2 seja feito em 2026.

No entanto, especialistas apontam que o processo pode ser acelerado pelo novo Programa Piloto de Vales Prioritários Nacionais dos EUA – que agiliza a aprovação de medicamentos e produtos biológicos alinhados às prioridades de saúde do país. Enquanto a análise tradicional leva cerca de 10 meses, o programa poderia reduzir o prazo para apenas dois.

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“As pessoas que vivem com obesidade têm necessidades variadas – seja reduzir peso, melhorar A1c, lipídios, pressão arterial ou outros marcadores que os médicos de atenção primária acompanham regularmente em seus pacientes”, explica o neurocientista Kenneth Custer, vice-presidente executivo e presidente da Lilly Cardiometabolic Health.

“Por ser um comprimido de uso diário, simples e escalável globalmente, o orforglipron pode se tornar uma opção atraente na atenção primária, onde a intervenção precoce tem potencial para gerar benefícios significativos e duradouros para a saúde”, completa.

Este texto foi atualizado às 15h24 com o posicionamento da Novo Nordisk.

Com informações da Fast Company Brasil


SOBRE A AUTORA

Sarah Bregel é uma escritora, editora e mãe solteira que mora em Baltimore, Maryland. Ela contribuiu para a nymag, The Washington Post... saiba mais