Efeito Duolingo: estudo aponta que falar vários idiomas retarda o envelhecimento
Pesquisa sugere que pessoas que são poliglotas sofrem menor desgaste biológico ao longo da vida

Falar vários idiomas pode proteger o cérebro e o corpo, retardando o processo biológico de envelhecimento e aumentando a resiliência com o passar dos anos, de acordo com um novo estudo internacional.
Publicado na revista "Nature Aging", o estudo analisou dados de 86.149 europeus e constatou que aqueles que falavam vários idiomas apresentavam um envelhecimento biocomportamental mais lento em comparação com quem falava apenas um idioma.
O estudo concluiu que o domínio de vários idiomas pode desacelerar processos biológicos do envelhecimento e proteger contra declínios associados à idade.
Os pesquisadores utilizaram o chamado modelo de relógio de envelhecimento biocomportamental para quantificar lacunas de idade biocomportamental (BBAGs), por meio de modelos de inteligência artificial treinados em milhares de perfis de saúde e comportamento.
Esses modelos conseguem prever a idade biológica de uma pessoa com base em marcadores físicos como hipertensão, diabetes, problemas de sono e perda sensorial, além de fatores de proteção como escolaridade, cognição, capacidade funcional e atividade física.
A diferença entre a idade real de alguém e sua idade “prevista” indica se a pessoa está envelhecendo de forma mais saudável — e aparentando ser “mais jovem” — ou se está vivendo um envelhecimento acelerado.

O estudo descobriu que, em países onde é comum falar múltiplas línguas, participantes que falavam apenas um idioma tinham o dobro de chances de apresentar padrões de envelhecimento precoce, enquanto aqueles que falavam vários idiomas eram 2,17 vezes menos propensos a experimentar envelhecimento acelerado.
Embora seja importante lembrar que, em muitos países europeus, falar mais de um idioma é comum, esses efeitos permaneceram significativos mesmo após o ajuste para fatores linguísticos, sociais, físicos e sociopolíticos, e se mantiveram consistentes ao longo do tempo, indicando um menor risco de envelhecimento acelerado no longo prazo.