Empresas de tecnologia promovem nova onda de demissões em massa
O quarto trimestre começou preocupante, embora as dispensas não tenham atingido os picos registrados no início do ano
Muitos esperavam que as demissões em massa no setor de tecnologia do final de 2022 e início de 2023 tivessem acabado. Nesse período, quase todos os gigantes do setor – do Google à Microsoft, da Meta à Amazon – demitiram dezenas de milhares de trabalhadores.
Embora a enxurrada de demissões tenha diminuído bastante nos primeiros meses do ano, várias empresas de tecnologia voltaram a anunciar cortes no início de outubro. A seguir, um resumo dos mais recentes movimentos nesse sentido:
NOKIA
Uma das maiores empresas de telecomunicação do mundo, a Nokia anunciou o corte de nove mil a 14 mil funcionários, depois de revelar números decepcionantes do terceiro trimestre de 2023. Segundo a organização, o programa de corte de custos “deverá levar a uma empresa com 72 mil a 77 mil funcionários, em comparação com os 86 mil que a Nokia tem hoje”.
Esses números significam que a Nokia poderá despedir até 16% da sua força de trabalho global. Quanto à origem dos cortes, as divisões de redes móveis, nuvem e serviços de rede serão as mais afetadas, assim como as funções corporativas.
QUALCOMM
A gigante dos semicondutores e da tecnologia sem fio anunciou que dIspensaria cerca de 1.258 trabalhadores. A Qualcomm disse à rede de televisão CNBC que as demissões faziam parte de “ações de reestruturação” que liberariam recursos para permitir “investimentos em oportunidades importantes de crescimento e diversificação”. Embora esse número seja significativo, representa menos de 2,5% da força de trabalho da empresa, que é da ordem de 51 mil pessoas.
A rede social anunciou que eliminaria 668 empregos. Esta é a terceira grande rodada de cortes de empregos no LinkedIn apenas este ano, após as demissões em fevereiro e maio.
O LinkedIn disse que as “mudanças de talentos” eram necessárias para gerir o negócio de modo a poder continuar a “investir em prioridades estratégicas para o nosso futuro”. As dispensas dessa rodada equivalem a cerca de 3% da força de trabalho total do LinkedIn.
BANDCAMP
Foi um mês terrível para o Bandcamp, plataforma de distribuição de áudio que, até recentemente, fazia parte da Epic Games. A Epic adquiriu o Bandcamp em 2022 apenas para anunciar, no mês passado, que venderia a empresa para a plataforma de música B2B Songtradr.
A Epic fez o anúncio da venda ao mesmo tempo em que demitiu cerca de 16% dos funcionários. O CEO da Epic, Tim Sweeney, disse que a empresa “tem gasto muito mais dinheiro do que ganha”. Infelizmente para os funcionários do Bandcamp, sabe-se que nem todos conseguirão manter seus empregos sob a nova direção.
O site Layoffs.fyi estima que sejam 58 demissões, o que representa 50% da força de trabalho, ou seja, a maior porcentagem entre as empresa de tecnologia em outubro – até agora.