Empresas de tecnologia promovem nova onda de demissões em massa

O quarto trimestre começou preocupante, embora as dispensas não tenham atingido os picos registrados no início do ano

Créditos: Zmiy Gorodenkoff/ iStock

Michael Grothaus 2 minutos de leitura

Muitos esperavam que as demissões em massa no setor de tecnologia do final de 2022 e início de 2023 tivessem acabado. Nesse período, quase todos os gigantes do setor – do Google à Microsoft, da Meta à Amazon – demitiram dezenas de milhares de trabalhadores.

Embora a enxurrada de demissões tenha diminuído bastante nos primeiros meses do ano, várias empresas de tecnologia voltaram a anunciar cortes no início de outubro. A seguir, um resumo dos mais recentes movimentos nesse sentido:

NOKIA

Uma das maiores empresas de telecomunicação do mundo, a Nokia anunciou o corte de nove mil a 14 mil funcionários, depois de revelar números decepcionantes do terceiro trimestre de 2023. Segundo a organização, o programa de corte de custos “deverá levar a uma empresa com 72 mil a 77 mil funcionários, em comparação com os 86 mil que a Nokia tem hoje”.

Esses números significam que a Nokia poderá despedir até 16% da sua força de trabalho global. Quanto à origem dos cortes, as divisões de redes móveis, nuvem e serviços de rede serão as mais afetadas, assim como as funções corporativas.

Crédito: YingYang/ iStock

QUALCOMM

A gigante dos semicondutores e da tecnologia sem fio anunciou que dIspensaria cerca de 1.258 trabalhadores. A Qualcomm disse à rede de televisão CNBC que as demissões faziam parte de “ações de reestruturação” que liberariam recursos para permitir “investimentos em oportunidades importantes de crescimento e diversificação”. Embora esse número seja significativo, representa menos de 2,5% da força de trabalho da empresa, que é da ordem de 51 mil pessoas.

LINKEDIN

A rede social anunciou que eliminaria 668 empregos. Esta é a terceira grande rodada de cortes de empregos no LinkedIn apenas este ano, após as demissões em fevereiro e maio.

O LinkedIn disse que as “mudanças de talentos” eram necessárias para gerir o negócio de modo a poder continuar a “investir em prioridades estratégicas para o nosso futuro”. As dispensas dessa rodada equivalem a cerca de 3% da força de trabalho total do LinkedIn.

BANDCAMP

Foi um mês terrível para o Bandcamp, plataforma de distribuição de áudio que, até recentemente, fazia parte da Epic Games. A Epic adquiriu o Bandcamp em 2022 apenas para anunciar, no mês passado, que venderia a empresa para a plataforma de música B2B Songtradr. 

A Epic fez o anúncio da venda ao mesmo tempo em que demitiu cerca de 16% dos funcionários. O CEO da Epic, Tim Sweeney, disse que a empresa “tem gasto muito mais dinheiro do que ganha”. Infelizmente para os funcionários do Bandcamp, sabe-se que nem todos conseguirão manter seus empregos sob a nova direção.

O site Layoffs.fyi estima que sejam 58 demissões, o que representa 50% da força de trabalho, ou seja, a maior porcentagem entre as empresa de tecnologia em outubro – até agora.


SOBRE O AUTOR

Michael Grothaus é escritor, jornalista, ex-roteirista e autor do romance "Epiphany Jones". saiba mais