Estudo mostra que brasileiros buscam mais empregos e habilidades verdes

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As preocupações com a crise climática estão evidenciando as necessidades de termos mais habilidades verdes no mundo corporativo. Em outras palavras, é importante contarmos com profissionais mais preparados para que as empresas enfrentem as questões que impactam negativamente o planeta. Diante desse cenário, espera-se que aumentem as oportunidades de empregos verdes. É o que demonstra uma pesquisa feita em cinco países (Brasil, China, Estados Unidos, México e Reino Unido) pela Pearson, uma gigante no segmento de educação. 

Feito em parceria com a Morning Consult, empresa global de inteligência de dados sediada nos EUA, o estudo revela que 55% dos entrevistados provavelmente irão procurar emprego futuramente em uma área que teria impacto direto sobre o meio ambiente. O maior índice está no México, com 68%. Em seguida estão Brasil, com 63%, e China, com 62%. 

Além disso, a maior parte das pessoas ouvidas pela pesquisa afirma que as oportunidades de carreira em empregos verdes aumentarão nos próximos dez anos. A média global é de 69,5%. No Brasil, o percentual ficou em 71%. 

Os dados são referentes à quarta parte do Global Learner Survey, que ouviu cinco mil homens e mulheres entre 16 e 70 anos para entender o que a população das cinco regiões pensa sobre as mudanças climáticas e como se sente sobre a educação e as informações recebidas sobre o assunto. Foram feitas entrevistas online, entre outubro e novembro. Os resultados são representativos da população com acesso à internet em cada país.

O campo da pesquisa coincidiu com a realização da mais recente Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP26, que aconteceu no final do ano passado em Glasgow. O evento obteve grande destaque na imprensa mundial. Diante dos alertas dos especialistas, os entrevistados demonstram estar divididos quanto à inevitabilidade das consequências da crise do clima. Brasil e México são os países mais otimistas: 64% das pessoas ouvidas acreditam que os efeitos ainda podem ser evitados. 

Para isso, a conscientização da população é fundamental. A pesquisa revela que 71% dos brasileiros estão tentando se informar sobre as questões climáticas. Na outra ponta está a China, com 48% da população procurando saber mais sobre o assunto. Para os entrevistados, as fontes mais confiáveis sobre o tema são a experiência pessoal (77%), os livros (76%) e os filmes (72%).

A EDUCAÇÃO ASSUME UM PAPEL FUNDAMENTAL PARA PREPARAR AS GERAÇÕES ATUAIS E FUTURAS PARA VIVER EM UM MUNDO SUSTENTÁVEL.

Por que a experiência pessoal? Segundo 84% das pessoas que participaram da pesquisa, depois que elas aprenderam mais sobre as mudanças climáticas, passaram a agir dentro de suas rotinas para reduzir seu impacto.

“As preocupações com a mudança climática e o meio ambiente crescem diariamente e permeiam nosso dia a dia das formas mais diversas. Não é à toa que o termo ESG, que tanto impulsiona as empresas a fazerem mais pela sociedade, começa com E de environment, ou meio ambiente”, diz Juliano Costa, vice-presidente de produtos educacionais da Pearson Latam. “Para preservarmos o futuro do planeta, temos a ferramenta da educação, que sempre foi um motor poderoso para promover mudanças. A educação assume um papel fundamental para preparar as gerações atuais e futuras para viver em um mundo sustentável”.

DESAFIO CORPORATIVO

A preocupação com o planeta resvala também nas expectativas em relação à atuação no trabalho. Para 54% dos mexicanos e 53% dos brasileiros, é muito importante que eles tenham um impacto ambiental positivo em suas carreiras. Esses são os índices mais altos dentro da pesquisa. A média dos demais países é de 25%.

Esse interesse e a busca por informações se refletem na familiarização com a ideia de habilidades verdes, ou competências mais relacionadas à economia verde. O Brasil é o país mais bem informado nesse quesito, com 14% se dizendo muito familiarizado com o conceito e mais 40% afirmando estar algo familiarizado. Ou seja, 54% dos brasileiros têm uma base do que são essas habilidades. Nos outros quatro países estudados, o percentual é 41%. No Reino Unido, essa familiaridade fica em 32%.

“A partir dos insights coletados na Global Learner Survey, é possível dividir as habilidades verdes em quatro principais grupos: ciência, matemática, pensamento crítico e programação. Essas novas habilidades têm surgido por conta de uma demanda crescente do próprio mercado, que busca soluções mais sustentáveis, pautadas em modelos de negócios ESG, com objetivo de diminuir a emissão de poluentes e o consumo de energia, por exemplo”, explica Costa.

Desenvolver tais competências desafia os entrevistados de um modo geral. Do total de participantes nos cinco países, 82% acreditam que precisam de habilidades diferentes para encarar esse tipo de trabalho. Outro dado é que 86% desejam ter acesso a treinamentos para os empregos verdes. Frente a essas respostas, independentemente da familiaridade que as pessoas possam ter com o conceito de habilidades verdes, percebe-se quanto é necessário investir em informação e preparação, seja do ponto de vista individual ou do corporativo.   


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