EUA e China selam acordo sobre terras raras, afirma Casa Branca

Acordo entre as potências tenta destravar o comércio de insumos e evitar novos impactos

Estados Unidos e China apertando as mãos e bandeiras ao fundo
Estados Unidos e China continuam negociando mecanismos para garantir estabilidade nas trocas comerciais. Crédito: imagem criada com auxílio de IA via ChatGPT

Guynever Maropo 2 minutos de leitura

Estados Unidos e China resolveram questões relacionados ao envio de minerais de terras raras e ímãs para o território norte-americano. A informação foi confirmada pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, encerrando uma disputa iniciada após a adoção de tarifas retaliatórias por parte do governo chinês.

Segundo a Reuters, como parte da resposta às tarifas dos EUA, a China suspendeu o envio de diversos minerais e ímãs considerados estratégicos, afetando cadeias de suprimentos de setores como o automotivo, aeroespacial, de semicondutores e defesa. Embora as negociações de maio, em Genebra, tenham estabelecido compromissos para reverter essas restrições, a implementação enfrentou atrasos, o que levou os Estados Unidos a aplicar contramedidas.

O avanço nas tratativas incluiu uma ligação entre o então presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, seguida de reuniões entre delegações dos dois países em Londres.

Na quinta-feira (26), Trump declarou ter firmado um novo acordo com a China, sem detalhar os termos. Um representante da Casa Branca informou que as partes definiram uma estrutura adicional para viabilizar os compromissos do acordo de Genebra, especialmente no que se refere à liberação de exportações para os Estados Unidos.

O Ministério do Comércio da China confirmou a aprovação de uma estrutura de implementação, embora não tenha citado explicitamente as terras raras. A pasta destacou que continuará avaliando os pedidos de exportação em conformidade com as normas de controle, sobretudo no que se refere ao uso militar potencial dos insumos pelos EUA, o que tem provocado atrasos no processo.

O impasse ganhou força após os controles impostos por Pequim, que impactaram o acordo firmado em Genebra e motivaram uma resposta do governo norte-americano, que restringiu remessas de tecnologias sensíveis, como software para design de semicondutores e aeronaves.

No início de junho, a Reuters reportou que a China concedeu licenças temporárias a fornecedores ligados às três principais montadoras dos Estados Unidos. Ainda em junho, Trump anunciou um novo entendimento, no qual a China retomaria o fornecimento de ímãs e minerais de terras raras, enquanto os EUA permitiriam a entrada de estudantes chineses em universidades do país.

Embora o acordo represente um avanço após meses de tensão, autoridades dos dois lados reconhecem que o caminho até uma resolução comercial definitiva ainda é longo.

Estados Unidos e China continuam negociando mecanismos para garantir estabilidade nas trocas comerciais e evitar novos choques nas cadeias globais de suprimentos.


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Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais