Fórum Brasil Diverso quer discutir ESG e equidade racial no país

Evento acontece em novembro, em São Paulo, e receberá 60 palestrantes nacionais e internacionais

Crédito: Fast Company Brasil

Rafael Farias Teixeira 3 minutos de leitura

O Fórum Brasil Diverso chega a sua 9ª edição, em 2023, pela primeira vez com uma feira de expositores e para falar sobre  questões internas de diversidade e inclusão das empresas, além de um espaço exclusivamente dedicado ao afroempreendedorismo e inclusão, negócios e oportunidades. 

São esperados mais de 1,2 mil participantes nesta sexta e sábado (dias 17 e 18 de novembro), no hotel Unique, na capital paulista. O tema deste ano é “ESG: a síntese da diversidade, equidade e inclusão”. Vale destacar que esta nova edição chega depois de muitos desafios para que o evento se consolidasse no cenário brasileiro.

"Quando iniciamos o fórum, tivemos muitas dificuldades para nos consolidar. Porém, encontramos apoio em grandes marcas e muitas estão conosco até hoje. São empresas sérias, dos mais variados setores da economia. Por isso, sou muito otimista. Estamos completando quase 10 anos e já nos consolidamos como o maior evento na área na América Latina", afirma Maurício Pestana, CEO e fundador do fórum.

É preciso que pessoas e instituições, públicas e privadas, entendam que não existe ESG no Brasil se não existir o debate da equidade racial, de gênero e diversidade.

Segundo a organização do evento, até outubro de 2022, estimava-se que o Brasil teria 14 milhões de empreendedores negros com negócios ativos. E esse número aumenta a cada dia. "As grandes empresas podem oferecer oportunidades para esses empreendedores", diz o organizador.

Esse será um dos temas em debate, com o objetivo de apresentar formas de ampliar o olhar da diversidade racial para outros pilares do trabalho de diversidade e inclusão, como o impacto do afroempreendedorismo na empregabilidade, formas de empreender e impactar empresas para gerar equidade e o olhar do estado para as pessoas empreendedoras. 

Participam do evento empresas de diferentes setores da economia que querem mostrar para o consumidor negro que estão abertas, buscando ter mais integração e oferecer oportunidades.

VULNERABILIDADE E PRIVAÇÃO SOCIAL

Na parte de conteúdo, o fórum receberá cerca de 60 palestrantes, entre eles o francês Jerry Padoly, único perfumista negro na indústria bilionária do luxo de Paris; a estilista baiana Isa Isaac Silva, mulher trans negra premiada e reconhecida por desenvolver moda inclusiva; Maurício Rodrigues, presidente da Bayer para a América Latina (único CEO negro nessa categoria no Brasil); e a especialista na área de desenvolvimento de carreiras negras nos Estados Unidos, Kimberly Brown.

"É preciso que as pessoas e as instituições, públicas e privadas, entendam que não existe ESG no Brasil se não existir o debate da equidade racial, de gênero e diversidade, além da responsabilidade das organizações perante o impacto social gerado sob esses grupos", diz Pestana. 

Ele lembra que os grupos sociais com maiores níveis de pobreza e privação social, por exemplo, acabam por residir nas áreas com maior exposição ao risco e à degradação ambiental. Isso pode gerar situações de alta vulnerabilidade socioambiental que dificultam o processo de mobilidade social e de desenvolvimento. 

"A desigualdade socioambiental, por sua vez, afeta o acesso a oportunidades econômicas e sociais. As comunidades marginalizadas muitas vezes têm menos acesso a empregos, educação e serviços públicos de qualidade, o que leva a um ciclo vicioso de desvantagem social e econômica", explica.

"Sem a sensibilidade para as diferentes experiências que existem dentro de grupos diversos, as ações voltadas para o meio ambiente e para governança, acabam sofrendo falhas, porque há um fio solto nessa engrenagem."


SOBRE O AUTOR

Rafael Teixeira Farias tem mais de 14 anos de carreira em jornalismo e marketing digital, além de sete livros de ficção já publicados. saiba mais