Gastos com delivery caem e com a Copa explodem, aponta pesquisa

Relatório do Itaú mostra ainda aumento nos pagamentos digitais e mudanças de hábito com o retorno às atividades presenciais

Crédito: Clay Banks/ Unsplash

Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

Depois das transformações causadas pela pandemia, alguns hábitos dos consumidores vão ressurgindo e se amplificando, tanto pela retomada da economia e da rotina pré-Covid-19 quanto por grandes eventos que se aproximam.

Já no começo de 2022, uma pesquisa divulgada pela consultoria Capgemini, durante a NRF Retail’s Big Show (convenção da Federação Nacional dos Varejistas dos EUA, o maior evento de varejo do mundo) previa que esses comportamentos mudariam drasticamente nos últimos 18 meses, muitos deles de maneira permanente. 

No Brasil, setores como alimentação, vestuário, transportes e turismo tiveram destaque no segundo trimestre de 2022, com atividades que já mostram o impacto da Copa do Mundo nas despesas envolvendo o Qatar, país que sediará a competição.

É o que mostra o relatório Análise do Comportamento de Consumo, realizada pelo Itaú Unibanco e pela Rede. O estudo traça um panorama dos gastos dos brasileiros nos meses de abril, maio e junho, em na comparação com o mesmo período de 2021 (com base nas compras efetivadas com seus cartões e nas vendas realizadas nos seus sistemas),

O valor transacionado no varejo segue superando os patamares pré-isolamento, com alta de 35%. Na comparação com 2019 – antes da pandemia, portanto –, o aumento nos gastos foi de 63%. As compras no varejo físico seguem com maior representatividade: 76% do volume em faturamento, contra 24% do online.

DE VOLTA ÀS RUAS

O segundo trimestre mostrou um crescimento esperado do gasto com transportes públicos, compartilhados e próprios, já que mais gente retomou a presencial. O valor transacionado em transportes públicos subiu 153% e os custos com veículo próprio cresceram 62%, superando os índices pré-pandêmicos.

Os gastos com viagens internacionais também subiram no segundo trimestre: o valor transacionado praticamente triplicou no período (+ 287%). Ainda assim, o setor não alcançou o patamar de antes da pandemia.

A Copa do Mundo já mostra seu efeito sobre as escolhas dos turistas brasileiros: os gastos relacionados ao torneio no Qatar cresceram 2.275%. Os setores mais impactados são agências de turismo, com alta de 308% no volume de transações, seguido de passagens aéreas, com +102%.

MENOS DELIVERY

No setor de alimentação, a inflação fez com que os consumidores fossem mais vezes aos mercados, mas gastando menos. O número de transações realizadas cresceu 25%, mas com queda de 2% no tíquete médio. Já os gastos com serviços de entrega em domicílio caíram 26%, chegando a níveis semelhantes aos de 2019.

ALUGUEL DE ROUPAS E ARTIGOS DE LUXO

O retorno aos eventos presenciais parece ter influenciado dois comportamentos e setores do vestuário em particular: o aluguel de roupas cresceu 161% e as lojas de couro e artigos de luxo registraram um salto de 34% – ambos superando o número de transações registradas no mesmo intervalo de 2019.

PAGAMENTOS DIGITAIS

O relatório apontou ainda crescimento do uso dos cartões virtuais e das carteiras digitais. No segundo trimestre do ano, o valor transacionado nas wallets cresceu 136% e a quantidade de transações, 142% – com a geração Z liderando a adoção. No caso dos cartões virtuais, a quantidade de operações triplicou, puxada pelo maior uso entre os millennials.


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