Geração Z acredita em um futebol mais engajado em pautas sociais

Pesquisa do Grupo SBF traz insights de como esse grupo interage com o esporte e o que procura

Crédito: Emilio Garci / Unsplash

Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

A Copa do Mundo do Qatar movimenta o consumo em diferentes setores – se aproveitando também da proximidade com a Black Friday –, além de levantar diversas discussões sobre corrupção e direitos humanos relacionados à cultura e política do país sede. Temas que, neste ano, se tornaram importantes para geração Z.

Para esse grupo, o futebol não pode estar desconectado de temas caros à sociedade. Segundo o estudo “Futebol e geração Z: qual o match?”, 64% acreditam que o esporte deveria ser mais comprometido com pautas relacionadas à homofobia, racismo e machismo e 63% defendem que os jogadores não deveriam esconder sua essência por questões de preconceito.

Nascidos entre 1995 e 2010, 76% dos zennials têm um time do coração e 42% acreditam que o sucesso da seleção brasileira nas Copas do Mundo é o motivo de o Brasil ser considerado o país do futebol. Como não chegaram presenciar vários dos eventos que tornaram nossa seleção conhecida, muitos transformaram e moldaram sua relação com o esporte e o evento de forma diferente.

Indo além das palavras, 27% afirmam que deixariam de torcer para seu time em caso de envolvimento em questões de preconceito de gênero, racial ou escândalo político – um número maior que os millennials (17%) e a geração X (20%).

“Com o estudo, entendemos que o comportamento da Gen Z carrega um sentimento menos de ‘preciso’ do futebol e mais de ‘escolho’ o futebol. Uma mudança significativa em relação às gerações anteriores, mas repleta de oportunidades de novas conexões, pois estamos falando de uma relação mais aberta e mais contínua, com múltiplas perspectivas e possibilidades de consumo”, afirma Paula Nader, vice-presidente de produtos e marketing do Grupo SBF, que encomendou a pesquisa, realizada pela Consumoteca.

FUTEBOL ACESSÍVEL A TODOS

A geração Z também acredita que o futebol e o consumo relacionado ao esporte devem ser acessíveis. 51% dos entrevistados buscam assistir aos jogos online de forma gratuita e 59% raramente assistem às partidas em streamings pagos.

Somado a isso, 62% afirmam que raramente vão a estádios (contra 29% dos millennials e 44% dos X), sendo que 32% não frequentam devido ao preço do ingresso. Essa geração só aceitaria pagar se a experiência fosse melhorada: metade dos que torcem para algum time desejam mais entretenimento nos estádios.

O fato de a geração Z ter nascido em um mundo digitalizado também reflete na forma como seus integrantes vivenciam e interagem com o esporte e as partidas, criando uma experiência multitelas. Por exemplo, 73% acompanham os jogos interagindo no WhatsApp.

Mais da metade (54%) acompanham as reverberações e avaliações dos jogos nos perfis de jogadores; 48% gostam de ver conteúdos de humor em perfis sobre futebol; e 38% buscam mais informações sobre bastidores nas redes sociais dos atletas.

Segundo Paula, diante desse cenário, as marcas precisam se fazer presentes de forma constante em toda a jornada desses jovens, com estímulos completos. “Inclusive nos micromomentos, e não apenas nos momentos únicos, como grandes competições ou partidas decisivas”, afirma.


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