Google enfrenta processos que podem render indenizações milionárias
Além do pagamento de US$ 700 milhões em indenizações, a empresa pode ser obrigada a vender parte de seu negócio de publicidade na Europa
Como se não bastasse o acordo milionário para encerrar um processo movido por procuradores estaduais dos EUA, o Google enfrenta outras batalhas nos tribunais que podem resultar em multas e até na obrigação de vender parte de sua operação na Europa.
Esta semana, a empresa concordou em pagar US$ 700 milhões e fazer várias outras concessões para encerrar as alegações de que estava prejudicando os consumidores norte-americanos ao sufocar a concorrência em relação à sua loja de aplicativos, a Play Store.
Assim como a Apple faz em sua loja de aplicativos para iPhone, o Google cobra comissões que variam de 15% a 30% em compras dentro de aplicativos – taxas que permitiriam cobrar preços mais altos do que se houvesse livre concorrência para o processamento de pagamentos. Essas comissões geraram bilhões de dólares em lucro anual para o Google.
Pelos termos do acordo, US$ 630 milhões serão usados para compensar os consumidores dos EUA e outros US$ 70 milhões vão para o pagamento de multas e outros custos que o Google está sendo obrigado a pagar.
DERROTA PARA A EPIC GAMES
Na semana passada, um júri de um tribunal federal dos EUA já havia dado ganho de causa à Epic Games (desenvolvedora de um dos games mais populares do mundo, o Fortnite) em um processo semelhante contra a big tech.
O caso foi a júri popular e os jurados entenderam que o Google usou de artifícios para barrar os concorrentes da Play Store, prejudicando usuários de smartphones Android e desenvolvedores de software. O Google disse que vai recorrer da decisão.
Mas a situação pode se complicar ainda mais para a empresa, pois a justiça pode determinar mais pagamentos como punição por suas práticas passadas e exigir mudanças drásticas no lucrativo ecossistema de aplicativos Android.
Essas mudanças serão determinadas em 2024 pelo juiz federal James Donato, que presidiu o julgamento da Epic Games e que também deverá homologar o acordo do Google com os estados norte-americanos.
GANHOS COM PUBLICIDADE
Em outra frente, desta vez na Europa, a empresa enfrenta a acusação de abuso de poder econômico por supostamente fazer com que suas ferramentas de intermediação favoreçam sua própria plataforma de publicidade, a AdX, nos leilões de venda de anúncios, tanto no lado da compra quanto no da venda.
o Google cobra comissões que variam de 15% a 30% em compras dentro de aplicativos, que geram bilhões de dólares em lucro anual.
A acusação, feita em junho pela Comissão Europeia, foi respondida no início de dezembro pelo Google, que alega que é prática comum na indústria atender tanto anunciantes quanto editores, como fazem vários de seus concorrentes, como Amazon, Microsoft e Criteo.
A aposta é alta para a Google nesse confronto com os legisladores europeus, pois diz respeito a uma parte do seu negócio de publicidade, que representou 79% da sua receita no ano passado, totalizando US$ 224,5 bilhões.
Um porta-voz do Google criticou uma possível ordem dos reguladores antitruste da União Europeia para vender parte do negócio de tecnologia publicitária, argumentando que a medida seria desproporcional e inadequada para seus parceiros de negócios.
Com informações da Reuters e da Associated Press.
