Google enfrenta risco de divisão forçada nos EUA; entenda

O caso antitruste contra a Google pode levar à maior divisão forçada de uma empresa americana em décadas; veja detalhes

Tela do Google em tablet
A Google continua a desafiar limites legais e estratégicos no mercado de tecnologia. Créditos:Pixabay.

Guynever Maropo 2 minutos de leitura

A Google enfrenta o maior desafio antitruste de sua história após um juiz dos EUA determinar em 2024 que a empresa monopolizou ilegalmente o mercado de buscas. O caso agora abre caminho para a possibilidade de uma divisão forçada da companhia.

De acordo com a Bloomberg, na última semana o governo dos Estados Unidos propôs que a Google venda o navegador Chrome e licencie seus dados de busca a concorrentes, representando a maior separação forçada de uma empresa americana desde o desmembramento da AT&T em 1984. 

O juiz Amit Mehta, do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia, deve emitir uma decisão em breve.

Acusações contra a Google

O Departamento de Justiça e procuradores estaduais alegam que a Google, cuja ferramenta de busca controla quase 90% das pesquisas online, pagou bilhões de dólares para manter seu monopólio.

A empresa firmou acordos com rivais de tecnologia, fabricantes de smartphones e operadoras para que o Google fosse o buscador padrão em navegadores e dispositivos móveis.

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Tais acordos bloquearam concorrentes, como DuckDuckGo e Bing, de obter dados essenciais para melhorar seus produtos.

Decisão judicial e monopólio

O juiz Mehta constatou que os US$ 26 bilhões pagos pela Google para definir seu buscador como padrão bloquearam efetivamente qualquer concorrente. Ele concluiu que a empresa monopolizou ilegalmente o mercado de serviços de busca geral e publicidade em texto, permitindo aumentos de preço sem restrições.

O Departamento de Justiça e estados propuseram a venda forçada do Chrome e a licença de dados de buscas para concorrentes. 

A Google seria impedida de firmar acordos exclusivos e teria que oferecer às fabricantes de smartphones e operadoras a opção de exibir uma tela de escolha para os usuários.

Defesa da Google

A empresa anunciou que pretende apelar da decisão e desafiar qualquer exigência de desmembramento do Chrome. Propôs alternativas mais restritas, como ajustes em acordos padrão com Apple e Mozilla para abrir o mercado de buscas. 

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A companhia também alerta que a proposta do governo poderia prejudicar a privacidade e segurança dos usuários, afetar investimentos em Inteligência Artificial e prejudicar parceiros como a Mozilla.

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Leis antitruste

As leis antitruste visam proteger a concorrência no comércio. Ser grande e bem-sucedido não é ilegal, mas monopolizar o mercado por meios predatórios é passível de penalidades e de divisão forçada da empresa.

A Google continua a desafiar limites legais e estratégicos no mercado de tecnologia, enquanto o setor observa atento a decisão que pode redefinir a competição em buscas online.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais