Lideranças discutem em Davos pesquisa sobre rejeição dos jovens ao capitalismo

Lideranças discutem em Davos pesquisa da Fast Company que aponta uma dose de rejeição dos jovens ao sistema capitalista

Crédito: cottonbro studio/ Pexels

Anna-Louise Jackson 2 minutos de leitura

Pessoas com menos de 40 anos têm uma percepção mais negativa em relação ao capitalismo do que os mais velhos, de acordo com uma pesquisa recente feita pela Fast Company.

No entanto, essas gerações mais jovens não são definidas simplesmente por uma narrativa de "anti-capitalismo completo", argumenta Megan Holston-Alexander, sócia da empresa de capital de risco Andreessen Horowitz.

Para ela, esses jovens ficarão mais animados com o futuro se sentirem que estão incluídos e que têm seu lugar reconhecido nas empresas que ajudam a construir e expandir.

"Achamos que a participação em uma cultura capitalista como consumidor, investidor ou talento é realmente importante", disse a executiva durante um painel de discussão realizado nesta terça-feira (16 de janeiro) pela Fast Company no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça.

Megan Holston-Alexander está à frente do fundo de liderança cultural da empresa, que é dedicado à geração de riqueza para a comunidade negra. Na sua visão, incluir diferentes vozes e pontos de vista e repensar os requisitos educacionais para entrar no jogo vai proporcionar uma vantagem competitiva.

Fonte: Pesquisa Fast Compant Futuro do Capitalismo 2023-2024

Mas, antes que um novo grupo de líderes possa transformar o futuro do capitalismo, os líderes empresariais de hoje precisam fazer um trabalho melhor na construção da confiança.

"Pode haver esse medo ou desconfiança do capitalismo, mas acho que parte dessa de como aliviamos parte disso é criando confiança, credibilidade e abertura", disse Rima Qureshi, diretora de estratégia da Verizon e vice-presidente da Edison Alliance, uma iniciativa para fomentar a inclusão digital global.

Comunicar como as empresas são eficazes na resolução de problemas também ajuda a gerar confiança, disse Anthony Tan, co-fundador da Grab, empresa por trás do superaplicativo de mesmo nome (que oferece serviços de entrega, transporte, serviços financeiros e de mapeamento) sediada em Cingapura.

jovens ficarão mais animados com o futuro se sentirem que estão incluídos e que têm seu lugar reconhecido nas empresas que ajudam a construir e expandir.

Isso é especialmente importante para alcançar as gerações mais jovens, seja como funcionários ou clientes, que estão sempre "buscando a verdade" e querem informações claras, diretas e honestas, acrescentou Tan.

Finalmente, o futuro do capitalismo depende do movimento, e tanto as grandes empresas quanto os empreendedores precisam abraçar a mudança, observou Florian Hoffman, fundador e CEO da The DO School, de treinamento e recursos humanos.

"Acho que o que realmente vai mudar, e precisa mudar, é a questão do que é uma empresa valiosa. Como falamos sobre valor quando falamos sobre uma empresa?" questionou.

"Temos que reconhecer que não há mais uma história e narrativa unificada sobre o que o capitalismo significa e que benefícios ele pode trazer no futuro.”


SOBRE A AUTORA

Anna-Louise Jackson é jornalista e editora freelance com mais de 15 anos de experiência na cobertura de economia, mercado financeiro e... saiba mais