Mais demissões em empresas de mídia, tech e games em janeiro
Nos EUA, cortes atingiram a fintech Brex, a produtora de jogos eletrônicos Riot Games e a prestigiada revista Sports Illustrated
A Brex, que oferece cartões de crédito para startups dos EUA, demitiu esta semana 282 pessoas (aproximadamente 20% do quadro de funcionários). A produtora de jogos eletrônicos Riot Games e a editora da revista "Sports Illustated", uma das mais prestigiadas publicações esportivas dos EUA, também anunciaram cortes.
A onda de demissões tem impactado trabalhadores em várias indústrias, incluindo varejo, tecnologia, mídia e hospitalidade, ao longo dos últimos dois anos. Nos últimos meses, foram anunciadas demissões no Google, Amazon, Hasbro e LinkedIn, entre outras empresas.
Muitas dessas demissões ocorreram no setor de tecnologia, que contratou intensamente durante a pandemia, quando as pessoas passaram tempo em casa, comprando online e buscando opções de entretenimento.
No caso da Brex, fundada pelos brasileiros Pedro Franceschi e Henrique Dubugras na Califórnia, em 2017, o que aonteceu foi que a empresa passou a receber muitos clientes e depósitos quando o Silicon Valley Bank afundou, há pouco menos de um ano.
A onda de demissões tem impactado trabalhadores em várias indústrias, incluindo varejo, tecnologia, mídia e hospitalidade.
Contou muito para esse movimento o processo digitalizado adotado pela empresa, que torna a abertura de uma conta comercial muito mais rápida. Franceschi disse que a Brex cresceu muito rapidamente e criou muitos níveis de gestão. Por isso, além das demissões, a companhia está simplificando sua estrutura organizacional
Os trabalhadores afetados receberão oito semanas de indenização, além de duas semanas adicionais para cada ano que estiveram na empresa, cobertura de saúde subsidiada por seis meses e apoio à saúde mental. Os que ficaram na empresa por menos de um ano talvez possam receber algum tipo de participação acionária.
Apenas dois anos atrás, a Brex tinha um valor de mercado de US$ 12,3 bilhões. Desde então, a empresa teve dois cortes significativos: o de agora e em outubro de 2022, quando 136 pessoas, ou 11% da empresa, foram demitidas.
GAME OVER PARA RIOTERS
Outra que embarcou na onda de demissões neste início de 2024 é a Riot Games, desenvolvedora do popular game "League of Legends", com a dispensa de 530 pessoas – cerca de 11% do total de funcionários da empresa, que é de propriedade da gigante chinesa de tecnologia Tencent.
A empresa alega ter expandido seus investimentos em muitas áreas, dobrando sua equipe em poucos anos, e agora estaria reduzindo para se concentrar em jogos. “Temos coisas demais em andamento. Alguns dos investimentos que fizemos não estão dando os resultados que esperávamos", disseram o CEO Dylan Jadeja e o cofundador e presidente da empresa, Marc Merrill, em um comunicado aos funcionários.
A Riot Games disse que pagará aos demitidos seis meses de salário, no mínimo, bônus em dinheiro e outros benefícios, além de acesso a serviços de recolocação profissional, aconselhamento e suporte para os estrangeiros com visto de trabalho.
Patrocinadora do Campeonato Mundial de League of Legends, a empresa garantiu que continua comprometida com esportes eletrônicos, mas que vai fazer mudanças no Legends of Runeterra (jogo de cartas colecionáveis) para "torná-lo sustentável" e reduzir a equipe que trabalha nesse projeto
FIM DE JOGO NA SPORTS ILLUSTRATED?
O Arena Group, que publica a "Sports Illustrated" e marcas relacionadas, notificou os funcionários de que planeja demitir uma parte significativa da equipe após ter a licença de uso revogada pelo proprietário da marca, o Authentic Brands Group.
Segundo o sindicato dos funcionários da "Sports Illustrated", as demissões podem atingir todos os trabalhadores. O sindicato pediu ao Authentic Brands Group que "garanta a continuação da publicação e permita que ela atenda ao público como vem fazendo por quase 70 anos.”
A icônica revista de esportes foi lançada pela Time Inc. em 1954 e comprada pela Meredith Publishing em 2018. A empresa reduziu sua periodicidade de semanal para quinzenal e, menos de um ano depois, vendeu a marca para o Authentic Brands Group, que a licenciou para o Arena Group. A publicação tornou-se mensal em 2020.
Com informações da Associated Press e da Fast Company Brasil.
