Moraes volta a ser intimado pela Justiça dos EUA em ação da empresa de Trump; entenda
Assim como uma citação feita em 17 de junho, ele tem um prazo de 21 dias para apresentar uma resposta formal ou petição contra o processo

Nesta segunda-feira (dia 7), o Tribunal Distrital da Flórida, nos Estados Unidos, intimou novamente o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em processo apresentado pela Trump Media & Technology Group, empresa do presidente Donald Trump, e pela plataforma de vídeos Rumble.
As empresas acusam Moraes de censura e pedem que ordens do juiz brasileiro para derrubada de contas de usuários do Rumble não tenham efeito legal nos EUA, assim como uma citação feita no dia 17 de junho, pelas mesmas companhias.
A primeira ação movida teve o mesmo motivo da atual. Em fevereiro de 2025, as empresas já haviam tentando fazer a citação contra o magistrado em outro processo do tipo, porém, sem sucesso.
Agora, Moraes tem 21 dias para se manifestar sobre o caso, apresentando uma resposta formal ou uma petição para contestar o processo. Caso ele não se manifeste, pode receber sentença "à revelia" do tribunal norte-americano.
A intimação foi emitida ontem e o magistrado só deve se manifestar caso receba o documento. Até o momento da publicação desta matéria, isso não havia acontecido. Vale destacar que o novo desdobramento do caso ocorre em um contexto de pressão de políticos norte-americanos sobre Moraes.
Em junho deste ano, o governo dos Estados Unidos anunciou a restrição de vistos a indivíduos acusados de promover “censura a americanos” - medida interpretada como um recado ao ministro, segundo avaliação da deputada republicana Maria Elvira Salazar, aliada de Donald Trump.
O QUE É O RUMBLE
Fundado em 2013, o Rumble – uma das partes envolvidas no processo contra Alexandre de Moraes – é uma plataforma com muitas semelhanças em relação ao YouTube, tanto em aparência quanto em funcionamento.
O site ganhou notoriedade por não adotar algoritmos de filtragem de conteúdo, o que contrasta com a tendência das redes sociais nos últimos anos de conter discursos de ódio e reforçar mecanismos de proteção de direitos. Sua missão, basicamente, é: "proteger uma internet livre e aberta", segundo o próprio site.

Essas características atraíram uma base significativa de usuários conservadores nos Estados Unidos. A plataforma mantém parcerias com o grupo de comunicação ligado a Donald Trump e já recebeu investimentos de aliados do presidente, incluindo o atual vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.
Em fevereiro deste ano, Moraes determinou o bloqueio da plataforma Rumble no Brasil. Isso porque, segundo ele, a plataforma teria cometido diversos erros "reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e Poder Judiciário brasileiros".
"Determino a suspensão imediata, completa e integral, do funcionamento do 'Rumble INC.' em território nacional, até que todas as ordens judiciais proferidas nos presentes autos – inclusive com o pagamento das multas – sejam cumpridas e seja indicado, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional", disse Moraes na decisão.