Movimento conservador pode causar retrocesso na lei do aborto nos EUA

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O vazamento de informações sobre como votarão os juízes do caso Roe x Wade (que trata da questão do aborto) aponta que os membros da Suprema Corte dos Estados Unidos conseguiram formar uma maioria que pode acabar com um direito estabelecido no país há quase 50 anos.

O voto do juiz Samuel Alito (cujo teor foi obtido pelo site Politico) teria sido acompanhado pelos membros do tribunal Clarence Thomas, Neil Gorsuch, Brett Kavanaugh e Amy Coney Barrett. Ainda há muita incerteza em torno do assunto – por exemplo, se a versão do texto obtida pela imprensa é a final ou se foi revisada. Segundo o que foi divulgado até agora, não está claro como o juiz John Roberts vai votar. Mas, aconteça o que acontecer daqui em diante, o vazamento, por si só, deve desencadear uma nova frente de luta na batalha dos direitos reprodutivos.

Muitos estados norte-americanos estavam se preparando para este momento. Conforme organizações de direitos das mulheres já vinham alertando, o caso em julgamento devolveria aos legislativos estaduais o poder de legislar sobre a questão. Vários deles estão prontos a tomar medidas imediatas para suspender o direito. Outros já vinham tomando medidas bastante restritivas em relação à prática de aborto.

De acordo com análise feita pelo Instituto Guttmacher (organização pró-liberdade de escolha), 26 estados estão propensos ou já se decidiram por proibir o aborto após a decisão final da Suprema Corte. Isso significa que milhões de mulheres, de uma hora para outra, não terão mais acesso a procedimentos seguros ou terão que viajar – em alguns casos, por centenas de quilômetros – para serem atendidas em outro estado.

Três mapas feitos com base em dados do Guttmacher dão uma visão da seriedade e abrangência dos efeitos que a decisão do caso pode vir a gerar:

Mapa do Instituto Guttmacher: mostra qual a distância que uma mulher teria que percorrer, em cada estado, para conseguir atendimento. As dos estados mais ao sul, como Texas e Louisiana, teriam que viajar cerca de 1,5 mil quilômetros.


Mapa do Planned Parenthood: mostra a situação legal do aborto em cada estado, incluindo as restrições já em vigor e as que poderão ser adotadas.

Mapas da CNN: são vários, mostrando diferentes aspectos, como estados que já baniram a prática ou que têm legislações restritivas a esse respeito.

(Com base em reportagem de Christopher Zara, editor sênior da Fast Company)


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