Mozilla ouve usuários e revisa os planos de IA no Firefox; entenda o que muda

Confira como deve funcionar a nova estratégia com Inteligência Artificial

Navegador Firefox
A empresa informou que a ferramenta não altera a navegação padrão. Crédito: imagem gerada com auxílio de IA ChatGPT.

Redação Fast Company 3 minutos de leitura

A Firefox anunciou mudanças na integração de recursos de Inteligência Artificial em seu navegador após uma reação negativa de parte dos usuários. As críticas surgiram quando a Mozilla confirmou que ferramentas baseadas em IA passariam a fazer parte da experiência de navegação.

A insatisfação começou porque usuários entenderam que a Inteligência Artificial poderia ser ativada de forma padrão. O receio envolveu perda de controle, decisões automatizadas e possíveis impactos na privacidade.

Diante da repercussão, a Mozilla afirmou que a Inteligência Artificial não substituirá a navegação tradicional. A empresa declarou que os recursos serão opcionais e não interferirão nas abas comuns nem no modo privado.

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Como vai funcionar o uso da IA no Firefox?

Após as críticas, a Mozilla anunciou um botão geral para desligar todas as funções de Inteligência Artificial. A empresa informou que esse recurso permitirá desativar completamente a IA no navegador.

O compromisso inclui a implementação do controle no primeiro trimestre de 2026. A promessa passou a ser um ponto central da estratégia para reduzir a resistência da comunidade.

A Mozilla desenvolveu uma janela específica para interação com assistentes de Inteligência Artificial. O recurso funciona de forma separada e só aparece se o usuário optar por ativá-lo.

A empresa informou que a ferramenta não altera a navegação padrão e pode ser desativada a qualquer momento, sem afetar outras funções do navegador.

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Vale citar que, em agosto de 2025, segundo Rob Pegoraro em reportagem da Fast Company, a CEO da Mozilla, Laura Chambers, durante o Web Summit, já havia dado indícios de uma possível opção de ativação quando o assunto era Inteligência Artificial no navegador.

Segundo ela, tratar a IA como algo que o usuário escolhe – e não como algo que o usuário precisa desativar – tem feito a diferença. “A gente não empurra isso goela abaixo”, afirmou. “Tudo é feito de forma a preservar a privacidade.” Um exemplo é o uso de processamento direto no dispositivo em recursos como tradução e organização automática de abas.

Além disso, na ocasião, Chambers também destacou a preocupação da Mozilla em evitar que a inteligência artificial acabe limitando a web aberta. “É fundamental que as pessoas ainda possam descobrir coisas, checar informações e explorar diferentes caminhos”, disse.

Ainda assim, ela reconhece que as respostas geradas pelo recurso de visão geral com IA do Google parecem estar desencorajando esse tipo de exploração.

Como empresa, a Mozilla também não mergulhou de cabeça na IA. Ao lembrar que “todos os códigos que lançamos continuam sendo escritos por pessoas”, Chambers explicou que ferramentas como o Claude Code, da Anthropic, têm sido usadas principalmente “para testes, correção de bugs e tarefas desse tipo”.

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Navegador autônomo

Usuários do Firefox costumam escolher o navegador justamente por evitar mudanças impostas. A introdução de Inteligência Artificial foi interpretada como um risco de normalizar recursos automáticos sem consentimento explícito.

A discussão passou a envolver não apenas funcionalidades, mas a identidade do navegador e sua relação histórica com controle e transparência.

Com informações de Rob Pegoraro em reportagem da Fast Company.


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