Muitos empregos de hoje não existiam em 1940. Será que existirão em 2040?
Nova pesquisa analisa a complexa relação entre as mudanças tecnológicas e o mercado de trabalho
![](https://fastcompanybrasil.com/wp-content/uploads/2024/04/novos-empregos_2040.jpg)
As mudanças tecnológicas impulsionam transformações no mercado de trabalho. Enquanto os empregos na indústria diminuíram ao longo das décadas, novas profissões surgiram, como motorista de carro de aplicativo e gerente de mídias sociais.
Um estudo recente, publicado no “Quarterly Journal of Economics”, analisou o papel da tecnologia na criação de novos empregos e na reconfiguração da economia. Os pesquisadores criaram um banco de dados de profissões de 1940 a 2018 e utilizaram processamento de linguagem natural para investigar novas funções.
Os resultados mostraram que cerca de 60% dos empregos em 2018 não existiam em 1940. Desde então, a maior parte das novas profissões se afastou da produção e dos cargos administrativos médios e passou a se concentrar em funções especializadas bem remuneradas e empregos mal remunerados no setor de serviços.
Além disso, os pesquisadores identificaram dois impactos distintos da tecnologia. Enquanto a ampliação cria novos tipos de empregos (como gerente de mídias sociais), a automação reduz a necessidade de trabalhadores em outras áreas (por exemplo, caixas de supermercados sendo substituídos por caixas de autoatendimento).
![](https://fastcompanybrasil.com/wp-content/uploads/2024/04/tipos-de-emprego-1940_2018_grafico-1024x649.jpg)
Eles descobriram que a automação eliminou o dobro de empregos de 1980 a 2018 em comparação com o período de 1940 a 1980. Embora a ampliação tenha adicionado algumas novas profissões à economia, não foram tantas quanto as perdidas pela automação.
Até o momento, os pesquisadores não têm certeza se a inteligência artificial aumentará o crescimento de empregos ou a automação. Eles apontaram essa questão como um campo para pesquisas futuras.
“Temos essa nova ferramenta, mas ainda não sabemos ao certo como usá-la. Novas tecnologias têm pontos fortes e fracos e leva tempo para compreendê-los", apontou David Autor, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
"Por exemplo, o GPS foi inventado para fins militares e demorou décadas para se tornar parte dos nossos smartphones”, lembrou o pesquisador, que é o autor principal do estudo. “Esperamos que nossa abordagem de pesquisa nos permita dizer mais sobre esse assunto no futuro.”