Novembro, o mês das demissões em massa nas big techs. E pode piorar

Em 2022, já foram 121 mil demissões em empresas de tecnologia

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Chris Morris 3 minutos de leitura

Novembro mal passou da metade, mas tem tudo para se tornar o pior mês de um ano já terrível em termos de demissões na área de tecnologia. E, salvo um milagre, o quarto trimestre de 2022 será o pior desde o início da pandemia.

No acumulado do ano, cerca de 121.413 pessoas em 789 empresas de tecnologia perderam seus empregos. E os números estão prestes a dar outro grande salto.

Há duas semanas, a Asana anunciou que estava “reduzindo o tamanho” de sua equipe global. A empresa, que emprega mais de 1,6 mil pessoas, não detalhou a extensão dos cortes, mas os relatórios apontam para 9% (cerca de 144 pessoas).

Meta e Twitter são responsáveis por mais de metade do total de demissões.

A Amazon, por sua vez, já começou as demissões, depois de uma reportagem do "The New York Times" ter anunciado que a varejista on-line demitiria aproximadamente 10 mil trabalhadores, principalmente em sua divisão de dispositivos.

Enquanto isso, o fundo ativista TCI está pressionando a Alphabet, controladora do Google, a cortar custos e pessoal, dizendo que a empresa melhoraria a eficiência diminuindo o número de funcionários. Foi mencionada especificamente a unidade de carro autônomo Waymo como uma área pouco eficiente.

Em julho, o Google anunciou que reduziria as contratações pelo resto do ano e, em um memorando geral, os funcionários foram pressionados a serem “mais empreendedores”.

NO NÍVEL DO "INVERNO CRIPTO"

Novembro já tinha sido o mês em que 25.563 pessoas perderam o emprego, segundo o Layoffs.fyi, ferramenta online criada pelo empresário Roger Lee após o início da pandemia, dois anos atrás. A Meta, que cortou 11 mil pessoas em 9 de novembro, e o Twitter, onde 3,7 mil pessoas perderam o emprego em 4 de novembro, são responsáveis ​​por mais da metade desse número.

Em apenas um mês que nem terminou, as demissões estão apenas 637 abaixo do total de todo o segundo trimestre de 2022, quando o "inverno cripto" (baixa ou congelamento no valor das moedas digitais) começou a tirar empregos nesse setor.

Embora quase certamente os índices de demissões ultrapassem esse ponto de referência, provavelmente não chegarão perto do segundo trimestre de 2020, quando mais de 60 mil profissionais de tecnologia foram demitidos, no início da pandemia.

A seguir, uma lista de outras emblemáticas reduções ​​de pessoal que aconteceram em novembro e que foram registradas pelo Layoffs.fyi.

Booking.com – 226 funcionários foram demitidos em 1º de novembro, quando a empresa fechou um call center em Michigan.

Opendoor – Com a implosão do mercado imobiliário, o site de compra e venda de imóveis reduziu sua força de trabalho em 18%, cerca de 550 funcionários. O CEO, Eric Wu, culpou a demanda significativamente menor por casas e as taxas de hipoteca mais altas.

Lyft – Depois de demitir 60 pessoas em junho, a empresa de caronas reduziu o número de funcionários em 13%, eliminando quase 700 empregos. Isso reflete o esforço para reduzir custos congelando contratações, cortando gastos e pausando certas iniciativas. Apesar dessas mudanças, os cofundadores do Lyft disseram que os cortes eram necessários, dadas as condições econômicas atuais.

Stripe – A empresa de pagamentos, frequentemente descrita como uma das startups mais valiosas, cortou mais de mil empregos, 14% da força de trabalho, para controlar os custos à medida que a economia piorava.

GoTo Group – Não tão conhecida quanto algumas das outras nesta lista, a maior empresa de internet da Indonésia não ficou imune às forças econômicas. Eliminou mil empregos no início do mês, em um esforço para colocar as finanças em ordem e se preparar para uma crise econômica.

Sema4 – A empresa de inteligência em saúde demitiu um terço dos funcionários (cerca de 500) em 14 de novembro, quando fechou um laboratório em Stanford, Connecticut (EUA), após determinar que seu negócio de saúde reprodutiva era insustentável. O foco será mudado para medicina pediátrica e doenças raras, segmentos com margens mais altas.


SOBRE O AUTOR

Chris Morris é um jornalista com mais de 30 anos de experiência. Saiba mais em chrismorrisjournalist.com. saiba mais