Onda de demissões chega aos fabricantes de hardware

A Dell vai reduzir seu efetivo em cerca de 5%, o que significa a menor força de trabalho desde 2017

Crédito: Freepik

Michael Grothaus 2 minutos de leitura

O longo mês de janeiro terminou, mas, quando se trata do setor de tecnologia, as notícias não melhoraram com a virada do mês. Desde o final de 2022, quase todas as principais empresas do setor anunciaram cortes de empregos para reduzir custos.

Isso está ocorrendo em meio a uma temida desaceleração da economia norte-americana e após uma onda de contratações durante os primeiros anos da pandemia – que agora vem sendo amplamente considerada excessiva.

Agora é a vez de a gigante Dell Technologies, fabricante de PCs, entrar para o grupo de empresas que demitiram milhares de trabalhadores nos últimos tempos. Conforme relatado pela Bloomberg, a Dell demitirá cerca de 5% de sua força de trabalho global de 133 mil funcionários. Isso equivale a cerca de 6.650 empregos perdidos, o que fará com que a empresa chegue ao seu menor número de funcionários desde 2017.

Em um memorando, o codiretor de operações da Dell, Jeff Clarke, afirmou que as condições de mercado que “continuam a se deteriorar, com um futuro incerto” exigiram cortes.

As compras de PCs caíram drasticamente em 2022, conforme os trabalhadores voltavam ao presencial e os consumidores reduziam gastos.

Se as vendas de computadores pessoais haviam disparado em 2020, com o início do lockdown e a adoção em massa do home office, em 2022 a coisa mudou de figura. As compras de computadores pessoais caíram drasticamente ao longo do ano passado, conforme os trabalhadores voltavam ao presencial e os consumido- res reduziam gastos.

Com as demissões chegando a cerca de 5% do total de empregados, a Dell se alinha aos cortes de muitos de seus pares da indústria de tecnologia, em termos de tamanho. Embora algumas empresas tenham dispensado mais de 6,6 mil pessoas, a maioria das demissões no setor gira em torno de 6% da força de trabalho de uma empresa.

Uma provável razão para isso, como escreveu James Surowiecki para a Fast Company, é que os CEOs de tecnologia prestam muita atenção ao que seus colegas estão fazendo.

“O boom nas demissões de 6%, então, é uma moda passageira – produto daquilo que o professor de Stanford Jeffrey Pfeffer chamou de ‘contágio social'”, escreveu Surowiecki.

“Assim como, há 10 anos, as pessoas decidiram que tirar fotos fazendo a postura da prancha em lugares estranhos (e postar nas redes sociais) era algo que valia a pena, as empresas de tecnologia decidiram, nos últimos meses, que cerca de 6% dos funcionários estão 'sobrando'.”

Cerca de um terço da força de trabalho da Dell é constituída por funcionários baseados nos EUA. Não se sabe se as demissões serão distribuídas de maneira uniforme pelo mundo.


SOBRE O AUTOR

Michael Grothaus é escritor, jornalista, ex-roteirista e autor do romance "Epiphany Jones". saiba mais