Países chegam a um (raro) consenso sobres regras de segurança para IA

A resolução da ONU não é vinculativa, mas simboliza uma preocupação global intensificada sobre os potenciais riscos da tecnologia em expansão

Créditos: Taylor Van Riper/ Adi Goldstein/ Unsplash

Mark Sullivan 1 minutos de leitura

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou (com o notável apoio da China) uma resolução promovendo o desenvolvimento seguro da IA no mundo. Ela não é vinculativa, mas simboliza a preocupação global cada vez mais intensa sobre os potenciais riscos da tecnologia em expansão.

A resolução foi patrocinada pelos Estados Unidos, que trabalharam por meses na redação para obter o apoio da China, Rússia, Cuba e outros países menos amigáveis a suas propostas. EUA e China são considerados os maiores desenvolvedores mundiais de inteligência artificial, e a rivalidade exacerbou as tensões entre os dois países.

"Em um momento no qual o mundo é visto como pouco afeito a acordos, talvez o aspecto mais radical desta resolução seja o amplo consenso forjado em nome do avanço do progresso", disse a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, em discurso na assembleia antes da votação.

A nova resolução "reafirma" várias declarações passadas da ONU sobre o assunto, incluindo um acordo entre os países membros, de 2015, para trabalharem juntos em direção a 17 objetivos de desenvolvimento responsável até 2030. Mas os países mais ativos no desenvolvimento da IA se desviaram desses compromissos.

Assembleia Geral das Nações Unidas (Crédito: Evan Schneider/ ONU)

A resolução visa os sistemas de inteligência artificial não militares. Ela estabelece diretrizes para garantir que os sistemas de IA, em todas as etapas de desenvolvimento e implantação, sejam "centrados no ser humano, confiáveis, explicáveis, éticos, inclusivos; em pleno respeito, promoção e proteção dos direitos humanos e do direito internacional, preservando a privacidade, orientados para o desenvolvimento sustentável e responsáveis."

A iniciativa também representa a primeira vez que foi feito um esforço para incluir as vozes dos países do Sul Global nas discussões sobre padrões internacionais globais de segurança.


SOBRE O AUTOR

Mark Sullivan é redator sênior da Fast Company e escreve sobre tecnologia emergente, política, inteligência artificial, grandes empres... saiba mais