Pix e cartão de crédito disputam preferência como forma de pagamento no Brasil

O dinheiro vivo vem perdendo espaço para os meios digitais, que são mais práticos e convenientes para os consumidores

Crédito: Denis Novikov/ iStock

Redação Fast Company Brasil 3 minutos de leitura

Graças às diferentes formas de pagamento, atualmente os consumidores buscam jornadas mais personalizadas, ágeis, convenientes, que mantenham seus dados seguros e ainda os recompensem por sua fidelidade.

"Hoje, o consumidor procura por nada menos do que a perfeição”, afirma Juan Pablo D'Antiochia, vice-presidente para a América Latina da Worldpay, especializada em soluções para pagamento.

No Brasil, por exemplo, o cartão de crédito segue na liderança como meio de pagamento preferido, segundo a pesquisa "The Global Payments Report 2023", realizada pela Worldpay. O estudo traz uma análise dos meios de pagamento em 40 países, além das tendências em termos de pagamentos digitais.

Nos pontos de venda, a forma de pagamento tradicional – o dinheiro vivo – vem perdendo espaço para os métodos digitais, que são mais práticos e convenientes. O dinheiro em espécie respondeu por mais da metade (52%) do valor transacionado nos pontos de venda em 2018. Mas a combinação da pandemia com a ascensão do Pix fez com que essa proporção caísse pela metade (26%) em 2022.

O Pix se consolida como o segundo meio preferido para pagamentos, representando 24% das transações em 2022 – o dobro do ano anterior, quando foi lançado pelo Banco Central do Brasil. O cartão de crédito vem em primeiro lugar, com 37% da preferência.

"A facilidade, agilidade, o baixo custo por transação e a segurança fizeram com que o Pix se tornasse um sucesso na adoção pelos consumidores brasileiros e um caso incomparável em relação aos outros países. Ele vem integrando novas soluções e ampliando a sua abrangência rapidamente", afirma D´Antiochia.

com a ascensão do Pix, a proporção de pagamentos feitos com dinheiro vivo caiu pela metade.

A previsão do estudo é que esse meio de pagamento será responsável por 35% do valor de todas as transações no e-commerce no Brasil até 2026.  O crescimento do Pix também causou um declínio no uso do boleto bancário para pagamentos de compras pela internet: de 11% do valor no e-commerce em 2021 para apenas 3% em 2022.

As carteiras digitais representam 18% da preferência dos consumidores brasileiros e foram responsáveis por 15% das transações nos pontos de venda. “Elas estão crescendo exponencialmente em todo o mundo. No Brasil e na América Latina não é diferente. Há uma tendência de breve consolidação deste método de pagamento também nestas regiões”, aponta o executivo.

TENDÊNCIAS GLOBAIS

Segundo o estudo da Worldpay, em 2022 existiam 64 sistemas de pagamento em tempo real no mundo todo – quatro a mais do que o último levantamento realizado, em 2021.

Isso está impulsionando o crescimento dos pagamentos A2A (account to account, ou movimentação direta entre contas), que responderam por quase US$ 525 bilhões em valor transacionados no e-commerce em 2022, com de crescimento anual na casa dos 13% até 2026.

Fonte: Pesquisa The Global Payments Report 2023/ Worldpay

As carteiras digitais também continuam crescendo globalmente e já representam 49% das transações no e-commerce. A China é o país que mais utiliza as carteiras digitais, com presença em 81% das compras no e-commerce e 56% nos gastos nos pontos de venda.

As projeções em nível global indicam que haverá um novo declínio no uso do dinheiro em espécie em 2023. Esse meio de pagamento representou 12% nos PDVs em 2022, mas haverá um declínio de 5% na sua utilização 2026.

Essa tendência também está sendo impulsionada por políticas governamentais que promovem a diminuição do uso do dinheiro vivo. Na Tailândia, a proporção caiu de 63% em 2021 para 56% em 2022; na Índia, de 37% para 27%; e no Vietnã, de 54% para 42%.

Em paralelo, alguns países estão introduzindo novas legislações para retardar o rápido declínio no uso do dinheiro em espécie, pois existe uma preocupação com o impacto que isso terá em certos grupos sociodemográficos, como idosos e pessoas que não têm conta em banco.


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