Prazo para venda do TikTok nos EUA é esticado de novo – até final de maio

Trump adia novamente banimento do TikTok nos EUA e diz que acordo com empresa chinesa está próximo

Crédito: Katamaheen/ Pixabay

Fatima Hussein e Sarah Parvini 2 minutos de leitura

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na última sexta-feira (dia 5) a assinatura de uma nova ordem executiva que estende por mais 75 dias o prazo para que o TikTok continue operando no país. A medida visa dar mais tempo ao governo para concluir um acordo que permita a venda do TikTok para empresas norte-americanas.

A rede social, que pertence à empresa ByteDance, estava sob risco de ser banida nos EUA por motivos de segurança nacional, conforme determinado por uma lei aprovada pelo Congresso e confirmada por unanimidade pela Suprema Corte.

A legislação exigia que a ByteDance se desfizesse do controle da plataforma até 19 de janeiro de 2025. Apesar disso, Trump, em uma decisão unilateral, prorrogou o prazo, alegando avanços nas negociações.

“Minha administração tem trabalhado muito em um acordo para SALVAR O TIKTOK, e fizemos um progresso tremendo”, escreveu Trump em sua própria rede social (Truth Social).

“O acordo ainda exige aprovações formais, por isso estou assinando uma ordem executiva para manter o TikTok funcionando por mais 75 dias.” Ele acrescentou que espera trabalhar com a China e com o TikTok para concluir a negociação.

Apesar do otimismo do presidente, a ByteDance segue afirmando que não tem interesse em vender a plataforma nem seu algoritmo – o núcleo tecnológico que personaliza os vídeos para cada usuário. Especialistas alertam que, se esse algoritmo permanecer sob controle chinês, as preocupações com segurança nacional continuam válidas.

“O problema central é o controle dos dados e do algoritmo”, afirma Chris Pierson, CEO da empresa de cibersegurança BlackCloak. “Se esses dois elementos não mudarem de mãos, os riscos permanecem os mesmos.”

Esta é a segunda vez que Trump adia a entrada em vigor da lei, alegando estar em meio a tratativas. Mas, para Alan Rozenshtein, professor de direito da Universidade de Minnesota, o presidente está simplesmente deixando de aplicar a lei.

“Ele não está prorrogando nada legalmente. Está apenas dizendo que não vai aplicar a lei por mais 75 dias. A legislação continua em vigor e as empresas que mantêm serviços ao TikTok seguem em violação”, declarou.

A decisão ocorre em um momento de divisão entre os norte-americanos sobre o futuro do aplicativo. Segundo uma pesquisa recente do Pew Research Center, cerca de um terço da população apoia o banimento (há um ano, metade dos entrevistados era favorável). Outros 30% se disseram contrários à proibição, enquanto o restante afirmou não ter uma opinião formada.

A permanência do TikTok nos Estados Unidos segue incerta enquanto as negociações continuam e o debate sobre privacidade, soberania digital e influência estrangeira continua aquecido no cenário político local.


SOBRE A AUTORA

Fatima Hussein e Sarah Parvini são repórteres da Associated Press. saiba mais