Qual será o futuro do sistema se os jovens não confiam no capitalismo?
Fast Company lança pesquisa global sobre mercados livres, capitalismo de partes interessadas e o que os consumidores esperam das empresas
Ao conversar com pessoas de diferentes gerações, você pode descobrir opiniões amplamente divergentes sobre o poder dos mercados livres. Pesquisas mostram consistentemente que adultos da geração Z são céticos em relação ao capitalismo.
É o caso de um levantamento recente realizado pela Business Insider/ YouGov, que mostra que 28% dos entrevistados com idades entre 18 e 26 anos preferem o socialismo como sistema econômico e 29% preferem o capitalismo. O restante não tem opinião ou preferência. Entre os mais velhos (78 anos ou mais), a maioria (77%) prefere o capitalismo.
Jovens tendem a ter visões mais liberais, que vão se modificando com a idade. Mas alguns especialistas acreditam que a desconfiança da juventude em relação ao capitalismo não é apenas uma fase. Muitos adultos jovens, sentindo o impacto da dívida estudantil e do aumento do custo de vida, acreditam que os mercados livres nunca vão funcionar a seu favor.
De fato, como escreve o professor da Universidade de Nova York Scott Galloway, em uma postagem recente: "pela primeira vez em nossa história, um jovem de 30 anos não está se saindo tão bem quanto seus pais estavam aos 30. Isso é uma ruptura fundamental e, mais perturbador, uma função de decisões deliberadas (ou seja, políticas sociais e econômicas que transferem riqueza dos jovens para os idosos).”
Então, o que acontecerá com o capitalismo como sistema econômico e político? Este é um tópico que estou ansiosa para explorar no encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que este ano acontece entre os dias 15 e 19 de janeiro.
A Fast Company vai promover uma série de debates sobre o futuro do capitalismo em nosso espaço dentro do Verizon Innovation Lounge. A discussão será informada pela nossa própria pesquisa global de opinião sobre percepções do capitalismo convencional e o conceito de capitalismo de partes interessadas – segundo o qual as empresas têm uma obrigação com funcionários, clientes, fornecedores, comunidades e investidores.
Muitos adultos jovens acreditam que os mercados livres nunca vão funcionar a seu favor.
Apenas quatro anos após a Business Roundtable (associação que reúne altos executivos de empresas dos EUA) adotar o capitalismo de partes interessadas, alguns investidores e legisladores começaram a se opor às iniciativas ambientais, sociais e de governança (ESG).
Nosso estudo e nosso painel visam entender quais versões do capitalismo acabarão prevalecendo. Uma nova geração de consumidores e líderes exigirá uma forma de negócios e governo mais "amigável" ou uma forma mais tradicional de capitalismo vai prevalecer? Minha pergunta é: como você vê a evolução do capitalismo, se houver alguma?
Por favor, participe e compartilhe nossa pesquisa ou escreva para mim em stephaniemehta@mansueto.com. Suas percepções vão ajudar a embasar nossa participação nas discussões do Fórum Econômico Mundial.