Qual será o preço do iPhone 16 com as tarifas de Trump? Ele pode sair 43% mais caro

Entenda como os novos impostos dos EUA podem impactar o valor do novo iPhone - e porque especialistas dizem que ele pode ultrapassar os US$ 2.000

Modelos como o iPhone 16e podem subir até 43%, enquanto o iPhone 16 Pro Max pode ultrapassar os US$ 2.000 após o Memorial Day. Créditos: Lukas Gehrer por Pixabay
Modelos como o iPhone 16e podem subir até 43%, enquanto o iPhone 16 Pro Max pode ultrapassar os US$ 2.000 após o Memorial Day. Créditos: Lukas Gehrer por Pixabay

Flávio Oliveira 2 minutos de leitura

A nova rodada de tarifas sobre produtos chineses anunciada pelo ex-presidente Donald Trump pode elevar significativamente o preço do iPhone 16 nos Estados Unidos e, consequentemente, no Brasil também.

Segundo analistas da empresa de investimentos Rosenblatt Securities, o preço do iPhone nos Estados Unidos poderá subir até 43% se a Apple repassar integralmente os custos das novas tarifas para o consumidor final.

Na prática, de acordo com a Bloomberg novas tarifas podem fazer com que o iPhone 16e salte de US$ 599 para US$ 856. Isso equivale a pouco mais de R$ 5.000,00.

Já o modelo mais avançado, o iPhone 16 Pro Max com 1TB de armazenamento, pode sair dos atuais US$ 1.599 para US$ 2.300, caso a Apple repasse integralmente os custos aos consumidores. O valor representa, aproximadamente, R$ 13.653,00.

O jornalista Mark Gurman, da Bloomberg, comentou a polêmica em sua newsletter Power On:

Assumindo que as tarifas entrem totalmente em vigor em 9 de abril, como planejado, a Apple terá uma grande decisão a tomar: vai absorver os custos, pressionar fornecedores a reduzir preços, repassar o custo aos consumidores ou fazer ajustes na cadeia de suprimentos? Eu aposto que a Apple fará uma combinação dessas quatro estratégias.

Especialistas discordam sobre impacto final no preço do iPhone

Apesar dos números alarmantes, Gurman criticou as estimativas mais extremas: “Absurdo, irresponsável, caça-cliques. Completamente tirado do nada”, escreveu ele no X (antigo Twitter).

Mas há quem pense diferente. Dan Ives, analista da Wedbush, foi ainda mais enfático: “Se os iPhones fossem fabricados nos EUA, logo de cara, apenas com as tarifas, custariam mais de US$ 2.000 (algo na casa dos R$ 11.872,00). Acredito que depois do Memorial Day, ultrapassaria os US$ 2.000. Porque eles… não conseguem absorver. Não estamos falando de 3 a 5% ao longo da cadeia. Eles não conseguem absorver um impacto de 50%.”

Segundo ele, se a Apple migrasse toda a produção para os EUA, o custo de um iPhone poderia chegar a US$ 3.500, o que representa, aproximadamente, R$ 20.776,00.

iPhones fabricados nos EUA custariam US$ 3.500 (em vez de US$ 1.000), e a Revolução da IA seria significativamente desacelerada por essas tarifas absurdas que PRECISAM ser renegociadas para níveis realistas”, escreveu Ives em nota aos investidores.

Alternativas: produção fora da China

Para evitar as tarifas no iPhone, a Apple pode optar por diversificar sua cadeia de produção, reduzindo a dependência da China. A empresa já fabrica alguns modelos na Índia, e há rumores de expansão da produção no Brasil, onde as tarifas são de apenas 10% — muito abaixo das taxas aplicadas aos produtos chineses.


SOBRE O AUTOR

Jornalista pela Universidade Federal de Pernambuco e mestrando em Ciências da Comunicação pela Universidade do Porto. Com passagem pel... saiba mais