Recorde de transações do Pix prenuncia novos desafios e oportunidades

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Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

O mês de maio foi marcado por um novo recorde do Pix – sistema de pagamento eletrônico instantâneo criado pelo Banco Central (BC) –, chegando a 73.198.432 transferências em um único dia.

Lançado no fim de 2020, o sistema alcançou uma adesão de 71% da população brasileira já no fim de 2021, com aprovação de 81%, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). De acordo com o próprio Banco Central, o Pix já supera o número de transações mensais de TED e DOC.

Duas outras funções, Pix Troco e Pix Saque, foram criadas para facilitar a retirada de dinheiro em espécie, mas ainda representam apenas 5% de todas as operações. Segundo o BC, elas já são aceitas por cerca de 15 mil estabelecimentos.

O Pix ainda enfrenta resistência por parte das empresas, com apenas 21% de adesão, principalmente por ainda estar sujeito a taxas por transação. “Uma transição para aceitar o Pix pode ser muito custosa e trabalhosa para algumas delas”, afirma Thiago Sawada, diretor de tecnologia para instituições financeiras da consultoria Grant Thornton Brasil. “As companhias do mercado B2C acabam aderindo mais facilmente, mas já há um grande número de fintechs surgindo para facilitar essa transição.”

De acordo com o Banco Central, o Pix já supera o número de transações mensais de TED e DOC.

Para especialistas, é inegável o papel do Pix em acelerar transações e dinamizar a vida bancária de dos brasileiros. “A celeridade acabou se tornando uma exigência, já que as pessoas acabam se acostumando com essa agilidade. É uma solução importante em um país anteriormente bastante desbancarizado e que se adaptou muito bem em diferentes públicos”, diz Luiz Góes, CEO e fundador do LGBank.

Com sua rapidez e facilidade, o Pix também se tornou ferramenta para novos golpes e fraudes, muitas vezes identificados quando é tarde demais. Para Sawada, mesmo com medidas do próprio BC para limitar o número de transações em determinados horários, o usuário final ainda precisa tomar diferentes cuidados e outras instituições bancárias devem reforçar seus protocolos para identificar comportamentos estranhos nas transações.

Com um futuro de crescimento e maior adesão, o Pix enfrenta ainda grandes desafios. Para Sawada, há muitas discussões sobre outras formas como o sistema poderá ser usado, como no off-line, ou mesmo no parcelamento e no pagamento recorrente. Para Góes, há muito o que fazer para integrá-lo ao ecossistema bancário de forma vantajosa, o que exige mais maturidade.

Ambos concordam que um dos grandes desafios será adotar mais protocolos de segurança, já que o próprio desenvolvimento e expansão do Pix abre portas para golpes que ainda não foram previstos pelos sistemas tradicionais.


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