Salário é motivador, mas profissionais buscam propósito no trabalho, segundo PwC

7 em cada 10 entrevistados querem uma posição ocupação gratificante e desejam ser eles mesmos no ambiente profissional

Crédito: Arlington Research/ Unsplash

Redação Fast Company Brasil 3 minutos de leitura

O grande movimento de profissionais deixando o emprego para procurar oportunidades melhores mostra que eles entenderam que podem exigir mais. E as empresas precisam oferecer mais. A Global Workforce Hopes and Fears Survey (Pesquisa Global Esperanças e Medos da Força de Trabalho), da PwC, mostra que um em cada cinco trabalhadores diz que provavelmente mudará para um novo trabalho nos próximos 12 meses.

A pesquisa foi realizada com 52.195 pessoas em 44 países e territórios, incluindo o Brasil. Cerca de um terço (35%) disseram que planejam pedir mais dinheiro nos próximos 12 meses. A pressão por salários melhores é maior no setor de tecnologia, no qual 44% dos profissionais planejam pedir um aumento; no setor público, esse percentual cai para 25%.

Embora um aumento no salário seja o principal motivador para mudar de emprego (71%), ter uma posição gratificante (69%) e poder ser você mesmo no trabalho (66%) completam as três principais coisas que os trabalhadores estão procurando. Quase metade (47%) priorizou poder escolher onde trabalhar.

“Os trabalhadores não estão apenas procurando por uma remuneração decente. Eles querem mais controle sobre como trabalham e mais significado em relação ao que fazem. Os líderes precisam se adaptar para construir as equipes necessárias para lidar com os desafios e oportunidades de hoje e dos que estão por vir”, afirma Bob Moritz, presidente global da PwC.

DISCUSSÕES SOCIAIS E TECNOLOGIA

Para os profissionais entrevistados, discutir assuntos sociais os beneficia, mesmo que as empresas não tenham um papel ativo em estimular esses debates. A pesquisa constatou que 65% dos trabalhadores discutem questões sociais e políticas com colegas com frequência ou às vezes, sendo o número maior para trabalhadores mais jovens (69%) e minorias étnicas (73%).

Embora os líderes empresariais às vezes fiquem nervosos com as pessoas trazendo essas questões potencialmente polarizadoras para o trabalho, o impacto é positivo. Entre os que discutem questões sociais e políticas no trabalho, 79% relataram pelo menos uma consequência positiva disso.

Um dos insights da pesquisa é que as companhias precisam criar um contexto que garanta os benefícios do diálogo franco, minimizando impactos negativos.

Mesmo assim, apenas 30% dizem que a empresa oferece suporte para ajudá-los a trabalhar de forma eficaz com pessoas que compartilham pontos de vista diferentes. Um dos insights da pesquisa é que as companhias precisam criar um contexto que garanta os benefícios do diálogo franco, minimizando impactos negativos.

Os colaboradores também estão interessados em saber como as empresas influenciam em temas importantes na economia, na questão ambiental e na sociedade. Mais da metade (53%) considera importante que seu empregador seja transparente sobre o impacto no meio ambiente; 65% acreditam que a transparência sobre saúde e segurança é crítica, com transparência sobre o impacto econômico não muito atrás (60%), seguido por esforços de diversidade e inclusão (54%).

Mesmo com o avanço da tecnologia e a automação de diversos processos, a maior preocupação dos profissionais é serem capacitados para utilizá-la. Apenas 30% dizem estar preocupados com a possibilidade de serem substituídos pela tecnologia nos próximos três anos. Quatro em cada 10 entrevistados se preocupam em não receber treinamento suficiente em habilidades digitais e tecnológicas.

CAPACITAÇÃO E VALORIZAÇÃO

Há diferenças significativas entre as gerações: os trabalhadores da geração Z mostram-se menos satisfeitos com seu trabalho e duas vezes mais propensos que os baby boomers a se preocuparem com a possibilidade de a tecnologia substituí-los nos próximos três anos.

A pesquisa também revelou que o nível de capacitação é um fator polarizante, com grandes diferenças entre os trabalhadores que têm e os que não têm habilidades altamente valorizadas. Aqueles que possuem as habilidades mais demandadas são mais propensos a se sentirem satisfeitos com seu trabalho (70% x 52%) e afirmam que sobra dinheiro após pagar as contas (56% x 44%).

Dois fatores que também polarizam as opiniões são gênero e gerações. As mulheres são sete pontos percentuais menos propensas do que os homens a dizer que são recompensadas financeiramente e menos propensas a pedir um aumento. Elas também são oito pontos menos propensas a pedir uma promoção e a sentir que seu superior as escuta.


SOBRE O(A) AUTOR(A)

Conteúdo produzido pela Redação da Fast Company Brasil. saiba mais