TikTok faz última investida para impedir proibição nos EUA

Aplicativo apela para Suprema Corte dos Estados Unidos bloquear lei que pode banir a rede social da ByteDance em terras norte-americanas

Créditos: OpenClipart-Vectors/ antonbe/ Pixabay

Redação Fast Company 3 minutos de leitura

O TikTok pediu à Suprema Corte dos Estados Unidos, em caráter emergencial, que bloqueie uma lei que pode banir o aplicativo no país a partir de 19 de janeiro. A plataforma, que conta com 170 milhões de usuários nos EUA, argumenta que a regra é uma violação à liberdade de expressão garantida pela Primeira Emenda da Constituição norte-americana. 

Esse é o último recurso do aplicativo de redes sociais depois da aprovação de uma lei em abril, que exige que a ByteDance, controladora chinesa do app, venda sua participação. A justificativa oficial está ligada a preocupações de segurança nacional, com receios de que dados de cidadãos norte-americanos sejam acessados pelo governo chinês.

"Um modesto adiamento na aplicação da lei criará uma margem para que esta Corte conduza uma revisão ordenada e para que a nova Administração avalie a questão – antes que esse canal vital para os americanos se comunicarem com seus concidadãos e o mundo seja encerrado," afirmaram os advogados da ByteDance à Suprema Corte.

Segundo o TikTok, a interrupção de suas operações nos EUA causaria a perda de cerca de um terço dos usuários diários no país, além de prejudicar sua relação com anunciantes e criadores de conteúdo. A empresa também destacou que o tempo é curto: caso a Suprema Corte não intervenha até 6 de janeiro, será necessário iniciar o complexo processo de desligamento no país.

A empresa estima que criadores de conteúdo norte-americanos podem perder US$ 300 milhões em ganhos com os sistemas de monetização do TikTok em apenas um mês, caso o banimento ocorra.

As agências do governo norte-americano haviam entrado com um pedido para que a Apple e o Google se preparem para retirar o app do ar em suas lojas de aplicativos a partir de 19 de janeiro.

DISPUTAS POLÍTICAS E ECONÔMICAS

Donald Trump, que assume a presidência no dia seguinte ao prazo final de 19 de janeiro, afirmou recentemente ter "um lugar especial no coração para o TikTok".

Durante a campanha, prometeu avaliar alternativas ao banimento, em uma tentativa de conquistar o público jovem que usa massivamente a plataforma. Isso representa uma mudança em relação à sua posição anterior, quando tentou proibir o aplicativo em 2020.

A empresa estima que criadores de conteúdo dos EUA podem perder US$ 300 milhões em apenas um mês.

A possível proibição do TikTok nos EUA é um marco no debate sobre liberdade de expressão, segurança nacional e controle de plataformas digitais por empresas de fora do país. O caso também aponta para uma nova era em que tensões geopolíticas influenciam diretamente o futuro de gigantes da tecnologia.

Se a Suprema Corte negar o pedido do TikTok, as consequências podem ser sentidas não apenas por seus milhões de usuários norte-americanos, mas também por outras empresas de tecnologia com sede fora dos Estados Unidos. A batalha do TikTok levanta uma questão essencial: até que ponto os governos devem intervir no uso de plataformas digitais?

PARA OS USUÁRIOS DOS EUA

A lei vai penalizar lojas de aplicativos e provedores de serviços de internet que distribuírem ou atualizarem o app, o que significa que ele pode se degradar ao longo do tempo, tornando-se inutilizável. Além disso, sem atualizações de segurança, pode se tornar mais vulnerável a ataques.

Para prolongar o uso do app, a recomendação é mantê-lo atualizado regularmente por meio da loja de aplicativos, enquanto ainda for possível. No entanto, vale ressaltar que isso não é uma solução permanente.


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