Trump realmente aliviou tarifas para smartphones e computadores? Entenda
Trump recua em tarifas sobre smartphones, mas medida é temporária e pode mudar em breve.

A notícia de que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, aliviou tarifas sobre produtos eletrônicos como iPhones e notebooks causou surpresa. Afinal, estamos falando de um líder político conhecido por impor pesadas taxas sobre produtos importados da China. Mas, afinal, o que realmente aconteceu?
Na última sexta-feira (11), o governo Trump anunciou isenções tarifárias para uma série de produtos eletrônicos fabricados na China, incluindo smartphones, laptops, semicondutores, painéis solares e cartões de memória.
A medida foi recebida com alívio por empresas de tecnologia como a Apple, que fabrica cerca de 80% de seus iPhones destinados ao mercado americano em território chinês.
A decisão veio após a implementação de uma tarifa agressiva de 145% sobre produtos chineses, uma estratégia que visava pressionar a China em meio a tensões comerciais. Com a isenção, esses eletrônicos ficaram livres das chamadas "tarifas recíprocas", evitando um aumento expressivo no preço ao consumidor.
Segundo o secretário de Comércio do governo Trump, Howard Lutnick, as isenções são apenas temporárias e fazem parte de uma estratégia maior para atrair a produção de volta ao território norte-americano. “Precisamos de semicondutores, chips e painéis planos sendo fabricados na América. Isso não é uma isenção permanente”, afirmou Lutnick à ABC News.
Lutnick revelou que novos tributos, batizados de “tarifas de semicondutores”, devem ser anunciados dentro de um ou dois meses.A nova cobrança se aplicaria aos mesmos produtos hoje isentos, reforçando a política de fortalecimento da indústria nacional.
A decisão também foi acompanhada por uma pausa de 90 dias nas tarifas mais altas impostas a outros países com exceção da China, que continua sujeita à tarifa de 145%. Segundo Trump, a China foi excluída do alívio porque retaliou com uma taxa de 84% sobre produtos norte-americanos.
Para a Casa Branca, a medida é uma estratégia de negociação para conseguir acordos comerciais mais vantajosos com países que não adotem medidas retaliatórias. Trump defende que suas políticas tarifárias servem para corrigir desequilíbrios no comércio global e trazer empregos e indústrias de volta aos EUA.
Algumas estimativas sugerem que, sem a isenção de Trump, os preços de smartphones como o iPhone poderiam até triplicar no mercado americano. A tensão entre protecionismo e competitividade global segue no centro do debate econômico norte-americano.