Brasil pode dobrar número de empregos com carros elétricos até 2050
Estudo aponta que a mudança para a mobilidade elétrica amplia o número de postos de trabalho e melhora a qualidade da renda

A produção de carros elétricos pode dobrar o número de empregos no Brasil até 2050, de acordo com pesquisa da Universidade de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP), apoiada pela Organização das Nações Unidas.
Esse avanço seria impulsionado principalmente pelo aumento das vendas de veículos elétricos e pelo fortalecimento da cadeia produtiva de baterias.
O levantamento, conduzido pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo, destaca que o maior potencial de geração de empregos está no setor de serviços, que engloba áreas como engenharia, manutenção técnica, logística e comércio.
Para aproveitar esse cenário, os pesquisadores defendem que o Brasil precisa incentivar exportações e estabelecer metas mais ambiciosas de redução de emissões de carbono.
Nesse contexto, o programa federal Mover, voltado à promoção da mobilidade sustentável, surge como uma ferramenta estratégica para atrair investimentos e fomentar a indústria nacional de veículos elétricos.
O presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) Ricardo Bastos, diz que o país precisa aproveitar o perfil do consumidor, que gosta de inovação, e as políticas públicas.

"Temos programas como Mover e redução do imposto de importação para criar o primeiro mercado com o veículo importado. A partir deste ano temos o início da produção de várias fábricas no Brasil, algumas fábricas importantes, inclusive montadoras chinesas, que vão começar a produzir veículos aqui".
A pesquisa ainda ressalta que a mudança para a mobilidade elétrica não só amplia o número de postos de trabalho como também melhora a qualidade da renda. Os salários na cadeia dos carros elétricos são, em média, 85% mais altos e mais bem distribuídos do que os praticados na indústria tradicional de veículos a combustão.