4 medidas para proteger seus dados pessoais de hackers e “abelhudos”
Novos tempos exigem uma mudança na forma como compartilhamos nossas informações pessoais
Caso você não saiba, estamos em meio a uma crise de identidade digital. Quem somos na vida real está sendo distorcido pela forma como somos percebidos online, em um mundo que coleta nossos dados pessoais, os interpreta e os usa (ou vende) para nos influenciar financeira, social, politicamente e de diversas outras maneiras.
Poucas pessoas sabem que um simples dado – como um número de telefone – pode desencadear uma série de consequências negativas. Nas mãos erradas, pode ser a chave para assumir o controle da nossa identidade e criar um rastro de caos que nos custa centenas de horas e muito dinheiro para consertar.
Com o crescimento da inteligência artificial e da integração biométrica nas novas tecnologias, estamos fornecendo cada vez mais nossas informações pessoais – e, com isso, confiando em terceiros para mantê-las seguras. No entanto, somente neste ano, houve pelo menos 20 grandes violações de dados, que afetaram milhões de pessoas, e mais são reportadas todos os dias.
Será que organizações a quem confiamos nossos dados têm medidas de segurança adequadas, tecnologia suficiente e senso moral para manter nossos interesses em primeiro lugar? Diria que, na maioria das vezes, não.
Por isso, se quisermos sair desse estado de crise – em que nossas identidades digitais estão sendo criadas e controladas por forças externas – para um no qual estamos no controle, indivíduos e organizações precisam mudar a forma como lidam com os dados.
Estas dicas podem ajudar:
1. Assumir a responsabilidade e agir de forma consciente
É hora de assumir a responsabilidade por nossas informações pessoais. Como indivíduos, não precisamos nos esconder, mas devemos ser cautelosos com os detalhes que compartilhamos e com quem os compartilhamos.
Isso significa minimizar as informações que fornecemos, mascarar nossos dados verdadeiros com ferramentas confiáveis e adotar as melhores práticas em relação ao gerenciamento de senhas.
As empresas precisam reconsiderar o volume de dados que coletam e o que fazem com eles. A coleta excessiva de informações pessoais coloca tanto as organizações quantos nós, usuários, em risco desnecessário.
Empresas devem investir em melhores tecnologias e equipes de segurança, além de implementar políticas de privacidade mais rigorosas e transparentes.
2. Mudar o foco
O compromisso com o anonimato e a desintermediação dos dados pelas ferramentas e pelo tipo de dados que as organizações coletam pode ajudar a superar esta crise. Ao focar no comportamento dos usuários e em como eles operam, em vez de quem são, podemos dar início a uma mudança fundamental na forma como abordamos os dados.
Essa nova abordagem requer menos informações pessoais, cria uma identidade digital mais precisa, reduz os riscos de segurança e ajuda a construir confiança a longo prazo, proporcionando valor adicional aos consumidores e, potencialmente, um crescimento mais rápido para as organizações.
Além disso, pode incentivar futuras inovações a se concentrarem em princípios de privacidade que colocam a proteção de dados pessoais no centro.
3. Educar e proteger
Compreender o impacto de nossas vidas digitais pode ser assustador. Por muito tempo, fomos ensinados a compartilhar livremente. No entanto, estamos vendo consequências financeiras terríveis com o crescente número de golpes online. Mas ainda não há um movimento para conscientizar e mudar a forma como interagimos no mundo digital.
Precisamos de soluções proativas e reativas que atendam a pessoas de diferentes idades e níveis de experiência em privacidade. Devemos ajudar a educar os jovens, falando sobre os perigos do compartilhamento excessivo, de interagir com estranhos online e quais recursos existem para suporte.
Para outros públicos, precisamos aumentar a conscientização sobre a ameaça crescente dos corretores de dados e de atores mal-intencionados, além de fornecer soluções simples e fáceis de implementar.
4. Contaminar os dados
A boa notícia é que nunca é tarde para tomar de volta o controle dos nossos próprios dados. Para serem relevantes para rastreadores, corretores e gente mal intencionada, nossas identidades digitais online precisam ser constantemente atualizadas com novos dados que se vinculem ao que já sabem sobre nós.
Se começarmos a fornecer informações incorretas menos “relevantes”, como números de telefone, e-mails ou endereços IP que não correspondem à realidade, podemos contaminar os dados que já foram coletados, tornando-os confusos quando agregados e, em última análise, indecifráveis. Isso destrói o valor das informações existentes e protege nossas identidades originais.
Existem maneiras simples de contaminar dados: diga não aos cookies; use gerenciadores de senhas e VPNs; mascare detalhes pessoais ou identificadores com alternativas novas e não rastreáveis; remova dados existentes de plataformas públicas.
Com essas medidas, podemos voltar a ser donos dos nossos próprios dados e controlar nossa identidade digital online de uma forma que nos empodere e nos proteja.