5 pontos realmente inovadores do headset de RV Apple Vision Pro

A Fast Company testou o tão aguardado headset de realidade virtual da Apple. Estas são nossas primeiras impressões

Crédito: Apple

Mark Wilson 4 minutos de leitura

Após sete anos de desenvolvimento e bilhões de dólares investidos, a Apple finalmente lançou seu “computador espacial”, o Vision Pro. Esta é a aposta da empresa na próxima era da interface de computação – algo que pode não estar totalmente pronto ainda, mas que promete ser tão revolucionário quanto o iPhone foi.

Depois de passar 30 minutos testando o novo headset, gostaria de compartilhar minhas impressões sobre os detalhes da experiência do usuário – alguns dos quais redefinem a categoria e outros que parecem prejudicar a experiência.

1. O mundo pelas lentes do Vision Pro não é tão bonito

O Vision Pro não é como um par de óculos; é um headset completamente opaco que bloqueia a visão. Para trazer o mundo para dentro dele, a Apple utiliza uma câmera, que transmite as imagens do ambiente diretamente para o usuário, semelhante à câmera traseira de um carro.

Crédito: Apple

Mas não é uma experiência totalmente fiel. Você não se sentirá tonto vendo o mundo através das lentes do Vision Pro, mas não é como se pudesse se esquecer de que está usando um headset de realidade virtual. A escala não é 1:1; as pessoas ficam um pouco maiores do que na vida real.

Movimentar a cabeça para os lados muitas vezes causa distorções e desfoques. Apesar de os ícones dos aplicativos serem nítidos e coloridos como no iPhone, ao tirar o headset, percebi que a tela do Vision Pro não se compara à nitidez e cor da realidade. A imagem é incrível, mas reproduz apenas cerca de 50% das cores que nossos olhos veem na vida real.

2. Um botão inteligente para ajustar a realidade

Um pequeno botão no canto superior direito é o que permite ajustar a intensidade da projeção do mundo real. Ao girá-lo no sentido horário, a tela escurece sutilmente, proporcionando uma experiência mais imersiva.

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A ideia funciona bem e lembra quando as luzes do cinema diminuem assim que o filme começa. Além disso, dá uma sensação de controle. A qualquer momento, independentemente da situação, o usuário pode decidir se quer uma experiência mais superficial ou imersiva na máquina.

3. A interface turva foi a melhor decisão de design da Apple

O Vision Pro é como um vidro semitransparente que captura a luz do ambiente. Mas o que mais me impressionou foi um elemento de interface do usuário que se assemelha a uma névoa. 

Essa névoa se espalha pelas bordas dos objetos e funciona como uma ponte entre o real e o virtual. Ao olhar diretamente para onde alguém está sentado, ou quando uma pessoa se aproxima, ela emerge dessa neblina por meio de um recurso chamado Breakthrough

Não consigo imaginar o refinamento e os algoritmos necessários para criar esse efeito, mas parece surpreendentemente orgânico. Ele faz com que nosso cérebro instantaneamente entenda que está vivendo uma experiência entre dois mundos.

4. A interface de olhar e pinçar funciona quase perfeitamente

Os olhos funcionam como um mouse no Vision Pro. Mas em vez de um cursor, os botões se destacam quando se olha para eles. Fazer um movimento de pinça com os dedos é o clique do mouse. Basta olhar para um aplicativo e pinçar com os dedos para abri-lo. Se o usuário olhar para a borda de uma janela aberta, pode fazer o mesmo movimento para fechá-la.

Este recurso funciona tão bem porque as câmeras externas do Vision Pro captam perfeitamente suas mãos. Mesmo sentado no sofá com as mãos repousadas, o sistema respondeu bem.

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Outros gestos incluem pinçar os dedos em ambas as mãos para dar zoom e um movimento que se parece com puxar uma persiana para rolar páginas para cima e para baixo.

5. A Siri continua como assistente de IA no Vision Pro

No iPhone, a Siri aparece como uma esfera colorida. No Vision Pro, ela tem uma aparência semelhante a uma bolha de sabão 3D. Em um determinado momento, flutuava na minha frente, como se estivesse sendo levada sutilmente pelo vento na sala. Parecia um movimento coreografado intencionalmente, sem um propósito claro além da beleza.

Apesar de ser pura especulação, me perguntei várias vezes como a Apple poderia incorporar a inteligência artificial de maneira mais profunda ao Vision Pro – especialmente após se comprometer a investir US$ 1 bilhão por ano no desenvolvimento de IA generativa.

Ter uma inteligência artificial espacial como uma bolha de sabão – algo que poderia pousar na sua mão, flutuar em direção a um objeto, repousar sobre uma superfície ou se expandir e mudar sua forma para outra completamente nova – é ao mesmo tempo um toque lúdico e razoável.

É claro que você pode simplesmente falar com a Siri no Vision Pro, assim como no iPhone. Mas o fato de ela aparecer como uma entidade física no espaço é uma experiência que vale a pena explorar.


SOBRE O AUTOR

Mark Wilson é redator sênior da Fast Company. Escreve sobre design, tecnologia e cultura há quase 15 anos. saiba mais