Adeus Zoom: esse novo aplicativo inteligente pode ser o futuro das videoconferências
O hábito é uma coisa engraçada. Você pode usar uma ferramenta tecnológica por meses ou mesmo anos sem nunca refletir sobre suas deficiências, até que experimenta uma melhor e se pergunta como conviveu com algo que tinha tantas falhas, e por tanto tempo.
Foi exatamente o que aconteceu comigo com a atual safra de plataformas de videoconferência – Zoom, Google Meet ou qualquer outra que você preferir. Fora alguns leves descontentamentos ocasionais, não costumo pensar muito sobre como elas funcionam ou sobre o que poderia torná-las melhores.
Mas então me deparei com um novo aplicativo chamado Switchboard, que reinventa completamente a maneira como você interage e trabalha com outras pessoas online. Ele tira o destaque do rosto e do compartilhamento unilateral, levando a experiência de colaboração do mundo real para as reuniões remotas.
COMO FUNCIONA
A ideia do Switchboard surgiu de forma um pouco peculiar.
Quando a pandemia começou, Amir Ashkenazi ficou frustrado por não poder mais fazer aulas presenciais de violão. Testou fazê-las virtualmente, mas logo percebeu que, embora plataformas como Zoom e Google Meet possam ser boas para conversas básicas, elas não atendem a necessidades mais interativas.
Isso fez com que Ashkenazi buscasse uma solução. Após dois anos de planejamento, desenvolvimento, ajustes e melhorias, o Switchboard nasceu.
É é uma espécie de tela interativa para videoconferências. Em vez de focar nos rostos dos participantes, ele oferece um desktop colaborativo em nuvem, ideal para reuniões e que permite o acesso de todos os participantes.
O componente central do Switchboard é seu navegador. Criado a partir do Chromium, ele transmite uma sensação familiar e possibilita ao usuário abrir quantas janelas quiser.
Isso significa que dá para abrir e executar praticamente qualquer aplicativo web, incluindo todos os serviços do Google Workspace. Você pode trabalhar em um desses aplicativos a qualquer momento, coletivamente, sem a necessidade de compartilhar a tela.
É uma enorme diferença do que estamos acostumados a ver em plataformas de videoconferência. E foi exatamente isso que Ashkenazi se propôs a fazer – sobretudo em relação às opções avançadas do Switchboard.
EMULANDO O MUNDO REAL
As plataformas de videoconferência tradicionais são, por natureza, não interativas. No Switchboard, o objetivo é emular melhor a experiência de coworking do mundo real, adicionando alguns recursos úteis. Dá para abrir vários aplicativos simultaneamente, por exemplo. Pode acessar qualquer conta e o Switchboard o manterá logado, da mesma forma que seu navegador padrão faria.
A melhor parte é que, ao convidar uma pessoa para a reunião, ela terá acesso a tudo e poderá trabalhar com você como se estivesse sentada ao seu lado.
Quanto aos rostos dos participantes, não desapareceram por completo, mas deixam de ser o foco principal. O painel de controle os mostra dentro de pequenos círculos na parte superior da tela. Todos podem conversar com o grupo e interagir com qualquer um dos elementos de uma sala. Além disso, um comando especial permite que os participantes acompanhem os movimentos de quem faz uma apresentação.
Simples e fácil de usar, as salas que você cria permanecem ativas e disponíveis para os convidados, para que possam reabri-la e continuar trabalhando pelo tempo que desejarem. Principalmente para empresas que têm reuniões recorrentes ou projetos em grupo, esse é um ótimo recurso que dispensa a necessidade de resgatar anotações, abrir todos os aplicativos e começar do zero sempre que houver um novo encontro.
“As videochamadas começam e terminam”, diz Ashkenazi. “No mundo real – e no Switchboard – há uma continuidade.”
Por enquanto, o Switchboard é gratuito e permanecerá assim até o final de 2022. Depois, provavelmente adotará um modelo “freemium”, com planos individuais gratuitos e assinaturas para empresas.