Adeus Zoom: esse novo aplicativo inteligente pode ser o futuro das videoconferências

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JR Raphael 3 minutos de leitura

O hábito é uma coisa engraçada. Você pode usar uma ferramenta tecnológica por meses ou mesmo anos sem nunca refletir sobre suas deficiências, até que experimenta uma melhor e se pergunta como conviveu com algo que tinha tantas falhas, e por tanto tempo.

Foi exatamente o que aconteceu comigo com a atual safra de plataformas de videoconferência – Zoom, Google Meet ou qualquer outra que você preferir. Fora alguns leves descontentamentos ocasionais, não costumo pensar muito sobre como elas funcionam ou sobre o que poderia torná-las melhores.

Mas então me deparei com um novo aplicativo chamado Switchboard, que reinventa completamente a maneira como você interage e trabalha com outras pessoas online. Ele tira o destaque do rosto e do compartilhamento unilateral, levando a experiência de colaboração do mundo real para as reuniões remotas.

COMO FUNCIONA

A ideia do Switchboard surgiu de forma um pouco peculiar.

Quando a pandemia começou, Amir Ashkenazi ficou frustrado por não poder mais fazer aulas presenciais de violão. Testou fazê-las virtualmente, mas logo percebeu que, embora plataformas como Zoom e Google Meet possam ser boas para conversas básicas, elas não atendem a necessidades mais interativas.

Isso fez com que Ashkenazi buscasse uma solução. Após dois anos de planejamento, desenvolvimento, ajustes e melhorias, o Switchboard nasceu.

É é uma espécie de tela interativa para videoconferências. Em vez de focar nos rostos dos participantes, ele oferece um desktop colaborativo em nuvem, ideal para reuniões e que permite o acesso de todos os participantes.

O componente central do Switchboard é seu navegador. Criado a partir do Chromium, ele transmite uma sensação familiar e possibilita ao usuário abrir quantas janelas quiser.

O Switchboard permite executar praticamente qualquer aplicativo web em um ambiente interativo e colaborativo

Isso significa que dá para abrir e executar praticamente qualquer aplicativo web, incluindo todos os serviços do Google Workspace. Você pode trabalhar em um desses aplicativos a qualquer momento, coletivamente, sem a necessidade de compartilhar a tela.

É uma enorme diferença do que estamos acostumados a ver em plataformas de videoconferência. E foi exatamente isso que Ashkenazi se propôs a fazer – sobretudo em relação às opções avançadas do Switchboard.

EMULANDO O MUNDO REAL

As plataformas de videoconferência tradicionais são, por natureza, não interativas. No Switchboard, o objetivo é emular melhor a experiência de coworking do mundo real, adicionando alguns recursos úteis. Dá para abrir vários aplicativos simultaneamente, por exemplo. Pode acessar qualquer conta e o Switchboard o manterá logado, da mesma forma que seu navegador padrão faria.

A melhor parte é que, ao convidar uma pessoa para a reunião, ela terá acesso a tudo e poderá trabalhar com você como se estivesse sentada ao seu lado.

O Switchboard permite que várias pessoas trabalhem em um mesmo aplicativo juntas

Quanto aos rostos dos participantes, não desapareceram por completo, mas deixam de ser o foco principal. O painel de controle os mostra dentro de pequenos círculos na parte superior da tela. Todos podem conversar com o grupo e interagir com qualquer um dos elementos de uma sala. Além disso, um comando especial permite que os participantes acompanhem os movimentos de quem faz uma apresentação.

Quando uma pessoa está fazendo uma apresentação no Switchboard, a tela de todos a acompanha

Simples e fácil de usar, as salas que você cria permanecem ativas e disponíveis para os convidados, para que possam reabri-la e continuar trabalhando pelo tempo que desejarem. Principalmente para empresas que têm reuniões recorrentes ou projetos em grupo, esse é um ótimo recurso que dispensa a necessidade de resgatar anotações, abrir todos os aplicativos e começar do zero sempre que houver um novo encontro.

“As videochamadas começam e terminam”, diz Ashkenazi. “No mundo real – e no Switchboard – há uma continuidade.”

Por enquanto, o Switchboard é gratuito e permanecerá assim até o final de 2022. Depois, provavelmente adotará um modelo “freemium”, com planos individuais gratuitos e assinaturas para empresas.


SOBRE O AUTOR

JR Raphael escreve sobre produtividade e tecnologia. saiba mais