Airbnb aperta ainda mais as regras sobre festas nos imóveis alugados

As atualizações fazem parte dos esforços da empresa para trazer mais anfitriões para a plataforma

Crédito: Istock

Jessica Bursztynsky 3 minutos de leitura

O Airbnb anunciou uma série de atualizações de segurança e produtos visando atrair ainda mais anfitriões e aumentar o número de hóspedes.

A partir de agora, a maioria dos usuários precisará verificar sua identidade na plataforma (algo que alguns anfitriões já exigiam para aceitar reservas). O recurso de verificação, que solicita documento de identificação oficial, nome, endereço e outras informações pessoais, será lançado nos 35 principais países e regiões onde o Airbnb está disponível – segundo a empresa, eles representam 90% das reservas.

“A maioria das pessoas não percebe, mas 80% de nossos hóspedes e anfitriões [ativos] já são verificados”, disse Tara Bunch, chefe de operações globais do Airbnb. “Ao pedir feedback de hóspedes e anfitriões, o que mais ouvíamos era que queriam que verificássemos a conta de todos os usuários. Então, focamos em construir ferramentas e entender o que era necessário para verificar as contas em todos esses países. Agora, sentimos que estamos prontos para introduzir o recurso em alguns deles.”

Verificação de identidade (Crédito: Airbnb)

O Airbnb também está lançando sua “tecnologia anti-festa” nos EUA e no Canadá, após um teste piloto em agosto que, segundo Bunch, foi bem-sucedido. O recurso, que visa conter episódios incômodos e perigosos, avalia fatores como o histórico de comentários positivos do usuário, histórico com o serviço, duração da reserva solicitada e dia da semana para determinar se é segura.

a maioria dos usuários precisará verificar sua identidade na plataforma, algo que alguns anfitriões já exigiam para aceitar reservas.

Caso contrário, o hóspede é impedido de reservar esta acomodação e poderá apenas reservar um quarto em uma casa ou em um hotel, onde é menos provável que dê uma festa. O recurso já está em pleno funcionamento na Austrália e está programado para ser lançado globalmente antes do fim do ano.

Em breve, pessoas que desejam anunciar suas casas no site poderão se conectar automaticamente a um Superhost, como a plataforma chama seus anfitriões mais bem avaliados, para orientá-las em sua primeira reserva.

A empresa buscará um Superhost com acomodação e área semelhantes ao do novo anfitrião para que ele possa ajudar com coisas como fotos ou o que oferecer a seus primeiros hóspedes. Eles poderão conversar por mensagem, áudio ou vídeo.

O Airbnb recompensará os Superhosts que ajudarem um anfitrião de primeira viagem com uma pequena porcentagem do valor da estadia, mas não revelou quanto seria essa cota. Os anfitriões também podem optar por receber um hóspede experiente que tenha pelo menos três estadias anteriores e um bom histórico na plataforma.

Crédito: Airbnb

Além disso, a empresa está triplicando a proteção contra danos de US$ 1 milhão para até US$ 3 milhões e agora cobrirá automóveis, barcos, obras de arte e outros objetos com base em seu valor de avaliação. Para usuários que desejam registrar ocorrências dessa natureza, o Airbnb afirma que está tornando o sistema de proteção contra danos mais simples e fácil.

A plataforma está lançando sua “tecnologia anti-festa” nos EUA e no Canadá.

“Uma das coisas que estamos tentando fazer é trazer cada vez mais pessoas comuns para anunciar suas casas”, disse o CEO, Brian Chesky, em uma coletiva. “Não se trata de incentivar a concorrência entre anfitriões. Quanto mais oferta, mais hóspedes teremos. Acredito que, com mais anfitriões, haverá mais demanda.”

Embora não seja necessariamente um usuário típico, Chesky está anunciando um quarto em sua própria casa em São Francisco (sem custo). “Acho que foi apenas uma maneira de me colocar no lugar de tantos outros usuários da plataforma.”

O Airbnb se beneficiou bastante do retorno às viagens após a flexibilização das restrições relativas à pandemia. Ao mesmo tempo, está vendo um grande aumento no número de novos anfitriões devido às altas taxas de inflação.

“Há mais pessoas do que nunca interessadas em receber hóspedes para aumentar a renda”, disse Chesky. “Acredito que, quanto mais fraca a economia, mais as pessoas querem anunciar suas casas no Airbnb.”


SOBRE A AUTORA

Jessica Bursztynsky é redatora da Fast Company e cobre economia gig e outras empresas de internet de consumo. saiba mais